Mahin, de 70 anos, vive sozinha em Teerão desde a morte do seu marido e a ida da sua filha para a Europa. Uma conversa num dos almoços regulares com as suas amigas desperta nela a necessidade de quebrar a rotina e conhecer alguém novo. Depois de defender uma jovem a ser assediada pela polícia da moralidade, conhece Faramarz, um taxista em quem reconhece um igual sentimento de solidão e insatisfação. Mahin convida-o para jantar e os dois partilham memórias das suas vidas. O filme cria uma bolha de intimidade tão preciosa quanto frágil numa sociedade opressora.

Maryam Moghaddam (Teerão, 1970) formou-se na Escola de Artes Performativas de Gotemburgo, na Suécia, onde participou em várias peças de teatro. No seu regresso ao Irão, desempenhou papéis em vários filmes, incluindo Pardeh (2013), de Jafar Panahi, vencedor do Leão de Prata no Festival de Berlim.

Behtash Sanaeeha (Shiraz, 1980) abandonou o mestrado em arquitectura para se dedicar à escrita de guiões e à realização de curtas-metragens e anúncios. Escreveu e realizou duas séries de animação para televisão e o telefilme Chalsio (2011), que marcou a primeira colaboração com a sua esposa Maryam Moghaddam. Em 2015, voltaram a colaborar no filme Ehtemal-e Baran-e Asidi, escrito pelos dois, protagonizado por Maryam e realizado por Behtash. O casal realizou o seu primeiro filme em conjunto três anos depois, o documentário The Invincible Diplomacy of Mr. Naderi, vencedor do Prémio Hafez de Melhor Documentário. Desde então, têm continuado a sua colaboração na realização com duas longas-metragens, O Perdão (2020) e O Meu Bolo Favorito (2024). Ambos estrearam na Competição Oficial do Festival de Berlim, mas apenas o segundo ganhou prémios, nomeadamente o Prémio FIPRESCI e o Prémio do Júri Ecuménico.