A bela de dia trata alguns dos temas recorrentes de Buñuel: sexo e obsessão, sonho e realidade. E burguesias, claro está
Adaptação do romance de Joseph Kessel, A bela de dia é um clássico moderno do mestre Luis Buñuel, protagonizado pela Catherine Deneuve. A bela de dia trata alguns dos temas recorrentes de Buñuel: sexo e obsessão, sonho e realidade. E burguesias, claro está. Para muitos uma obra resistente, agrupa referências sadomasoquistas e jogos de poder, dos quais se alimenta a história de Séverine (Catherine Deneuve), senhora de alto estatuto social que decide prostituir-se. Os muito singulares encontros com as perversões dos seus clientes permitem-lhe materializar as suas próprias fantasias. Um dos papéis mais famosos de Catherine Deneuve e uma das obras-primas de Buñuel.
Luis Buñuel cineasta e escritor, foi considerado o primeiro a realizar um filme inteiramente surrealista, escrito e realizado em conjunto com o pintor Salvador Dalí, e que seria o seu primeiro filme, Un chien andalou (1929) que só seria possível devido a dinheiro emprestado pela sua mãe. Mas antes de experimentar o trabalho de realização, já tinha experimentado o cinema quando, no início dos anos 20, trabalhou em Paris como assistente do realizador Jean Epstein. Segundo Octavio Paz, o trabalho de Buñuel é “o casamento entre a imagem fílmica e a imagem poética, criando uma nova realidade, escandalosa e subversiva”.
Num delicioso livro a que chamou Le Réveil de Buñuel, Jean-Claude Carrière pega nas últimas palavras da autobiografia O Meu Último Suspiro, em que o cineasta diz que gostaria de a cada dez anos levantar-se de entre os mortos, comprar os jornais e conhecer o folhetim do mundo, e resolve aventurar-se para uma “conversa no túmulo” do amigo com quem trabalhou e conviveu muitos anos. Passam agora quarenta anos sobre a morte de Luis Buñuel (1900 – 1983), um dos nomes maiores da arte no século XX, e também decidimos “acordá-lo” para nós, para rever a sua obra em 24 filmes, uma obra que começou com um sonho e acabou com “um golpe de hipnotismo”, entre a França, a Espanha, o México e de novo a França. Com a sua verve, numa entrevista a Max Aub, Buñuel dizia que o aborrecia que falassem dele. Passam agora quarenta anos sobre a morte de Luis Buñuel (1900 – 1983), um dos nomes maiores da arte no século XX, e também fomos “acordá-lo” para nós, para rever a sua obra em 24 filmes, uma obra que começou com um sonho e acabou com “um golpe de hipnotismo”, entre a França, a Espanha, o México e de novo a França. — Medeia Filmes
Ciclo Rever Buñuel (nos 40 anos da sua morte)
2 outubro 18h00 A bela de dia
9 outubro 18h00 O anjo exterminador
9 outubro 21h00 Este obscuro objecto do desejo
23 outubro 18h00 Viridiana
30 outubro 18h00 O charme discreto da burguesia
Data
02, Outubro 2023
Horário
18H00
Duração
1h41
Faixa etária
M16
Preço
€5
€3,5
< 25 anos, estudante, comunidade uc, rede alumni uc, > 65 anos, grupo ≥ 10, desempregado, profissional da cultura, parceria TAGV
Os bilhetes com desconto são pessoais e intransmissíveis e obrigam à identificação na entrada quando solicitada. Os descontos não são acumuláveis
Local auditório TAGV
Ciclo Rever Buñuel (nos 40 anos da sua morte)
Realização Luis Buñuel
Com Catherine Deneuve, Jean Sorel, Michel Piccoli, Geneviève Page
Origem 1967
Festival de Veneza 1967 Leão de Ouro
Cópia digital restaurada
Em exclusivo