em cena estão duas ginastas, transitam entre aparelhos ensaiando movimentos tendo em mente os valores do código de pontuação emitido pela Federação Internacional de Ginástica, até que se distraem
Esta é uma peça para ser dita enquanto duas ginastas treinam para a alta competição, colapsando com a impossibilidade de manter o seu foco face aos dilemas do mundo atual.
Em cena estão duas ginastas, transitam entre aparelhos ensaiando movimentos tendo em mente os valores do código de pontuação emitido pela Federação Internacional de Ginástica, até que se distraem. São estes pensamentos divergentes do seu regime competitivo que vamos ver rodar nesta peça, desequilibrando-as da trave mas levando-as de encontro ao mundo.
Esta é uma peça para duas atletas de ginástica artística enquanto estas treinam para a alta competição vivendo a impossibilidade de se manterem focadas face aos dilemas do mundo atual. Fazermos coisas incríveis, ultrapassarmo-nos, sermos os melhores em alguma coisa, “campeões” como chamam os avôs aos netos rapazes, é ainda olhado como um nobre traço da humanidade. É essa vontade que encontramos nas pessoas traçadas para ganhar que nos serviu de exemplo levando-nos também a ganhar tantas provas, a desejarmos desafios, a superarmo-nos. O que nunca percebemos é que bem é que isso trouxe ao mundo. A ginástica é o ponto de partida para um espraiamento temático. Como se a fôssemos afastando desse momento concreto em que assistimos à sua prática, formas e gestos, para a inserir nos dilemas do mundo atual. Como se fosse impossível – nós (público) e elas ginastas – continuarmos concentrados nestas provas, na perfeição, no ínfimo detalhe, porque não conseguimos abandonar uma consciência global. — Lígia Soares
Lígia Soares (1978) foi artista residente da Tanzfabrik – Berlin entre 2004 e 2006 (o primeiro ano como Bolseira da F.C. Gulbenkian. Em 2008 foi bolseira da DanceWeb (Viena). Entre 2001 e 2014 foi, com Andresa Soares, diretora artística de Máquina Agradável. Desenvolveu também vários contextos de programação com outros artistas como o Demimonde, ou o Face-a-Face. Prossegue uma pesquisa em como criar dispositivos cénicos inclusivos da presença do espectador como elemento constituinte da dramaturgia do espetáculo, incorporando ou substituindo o próprio papel de performer. Entre as sua criações destaca: Às Origens da Crise (Berlim, 2005); Birds and Wind (Berlim, 2008); Romance (Lisboa, 2015); Turning Backs com Rita Vilhena (Roterdão, 2016); Se Eu Vivesse Tu Morrias com Miguel Castro Caldas (Lisboa, 2016); O Ato da Primavera (Lisboa, 2017); Cinderela (Lisboa, 2018); Civilização (Lisboa, 2019) e Memorial (Lisboa, 2020). Quatro das suas peças estão editadas pela Douda Correria. É mentora em diversos programas de criação de textos para cena e colabora regularmente como dramaturga em projetos de dança e teatro.
Data
18, Março 2023
Horário
21H30
Duração
1h30
Faixa etária
M12
Preço
€7
€5
€5 atleta
descontos TAGV
< de 25 anos, estudante, comunidade uc, rede alumni uc, > 65 anos, grupo ≥ 10, desempregado, profissional do espetáculo, parcerias TAGV
Os bilhetes com desconto são pessoais e intransmissíveis e obrigam à identificação na entrada quando solicitada. Os descontos não são acumuláveis
Local auditório TAGV
conceção, texto e encenação Lígia Soares
interpretação e criação Lígia Soares e Maria Jorge com Beatriz Lapa e Rita Cerqueira (ginastas)
música João Lucas
cenografia Henrique Ralheta
luz Pedro Guimarães
direção de produção Mariana Dixe
assistência de encenação e criação Beatriz Gaspar
coprodução Teatro Municipal do Porto, Centro Cultural de Belém, Teatro Académico Gil Vicente e Festival Materiais Diversos
residência de coprodução O Espaço do Tempo
residência Festival Materiais Diversos
apoio Ginásio Clube Português, Federação de Ginástica de Portugal e Vidalgym
agradecimento Ana Pinheiro, André Nogueira, Artur Romão Pereira, Filomena Palma, Hugo Oliveira, Joana Carvalho, Nuno Vidal, Sara Monteiro, Sara Nabais, Teresa Simas, Tiago Portilha
A Minha Vitória Como Ginasta de Alta Competição foi escrita com o apoio DGLAB-Direção Geral do Livro, do Arquivo e das Bibliotecas
fotografia Alípio Padilha
Teatro Municipal do Porto/Campo Alegre (estreia) 24 e 25 de fevereiro Centro Cultural de Belém 4 e 5 de março Teatro Académico de Gil Vicente 18 de março