07

Jul

Seg


21H30

DURAÇÃO


1h51

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José de Portugal

Ciclo Jacques Rozier

obra filmada com várias câmaras simultâneas, inteiramente improvisada no decurso das filmagens, sem qualquer diálogo nem découpage prévios, “correndo ao sabor das circunstâncias da rodagem e do humor dos intérpretes

Adieu Philippine, filme apaixonadamente defendido e apaixonadamente atacado, foi, assim, o início premonitório de uma carreira “maldita” e de uma carreira “marginal”. Obra filmada com várias câmaras simultâneas, inteiramente improvisada no decurso das filmagens, sem qualquer diálogo nem découpage prévios, “correndo ao sabor das circunstâncias da rodagem e do humor dos intérpretes” (todos não profissionais e ilustres desconhecidos), montado a trouxe-mouxe, Adieu Philippine é um dos filmes mais livres que a famosa “vaga” nos deu. É também o que mais próximo estará do tão invocado Jean Vigo, admiração maior de Rozier e de quem o realizador herdou a amargura, o sentido do efémero e o mesmo ambíguo “trocar de passo” com o realismo, de que o filme sempre se aproxima e de que sempre se afasta.
— Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema

 

Paris, 1960. Michel, um jovem operador de câmara, envolve-se com duas melhores amigas, Liliane e Juliette, ambas jovens atrizes. Quando Michel é convocado para a Guerra da Argélia, despede-se e viaja para a Córsega para aproveitar o tempo que lhe resta. Liliane e Juliette seguem-no e desenvolve-se um jogo de sedução, cumplicidade e rivalidade. A primeira longa-metragem de Jacques Rozier é um dos filmes mais originais e livres da Nouvelle Vague. Uma obra ímpar de ruptura (uma das primeiras a abordar a Guerra da Argélia), cheia de charme e ousadia, que irradia uma energia jovem inigualável.
—Medeia Filmes

 

A seguir aos estudos no IDHEC e depois de ter trabalhado como assistente de Renoir, o mais admirado porque o mais livre para uma nova geração que despontava no cinema francês, Jacques Rozier (1926-2023) realizou duas curtas na segunda metade dos anos 50, e Godard escreveu sobre ele maravilhas. Falava na “lucidez da sua improvisação”, de um cinema “jovem e belo, como os corpos de vinte anos de que falava Rimbaud”. Seguiram-se os maiores elogios de toda a equipa dos Cahiers da altura, e foi também Godard que o apresentou a Georges de Beauregard, que viria a produzir a sua primeira longa, Adeus Philippine. Mas Rozier vivia e criava com uma ‘liberdade livre’ [“o cinema é uma questão de risco e desejo, como o amor”, dizia] e as coisas não foram fáceis durante a produção. O filme, uma obra admirável, “o mais Nouvelle Vague dos filmes Nouvelle Vague”, como se escreveu, só veria a luz em 1962, depois da estreia das primeiras longas de Truffaut e Godard. E aí começava uma das obras mais singulares, mais livres e geniais do cinema francês. Rozier deixou-nos uma mão cheia de longas e várias curtas para o cinema e uma dezena de trabalhos notáveis para televisão. Paulo Branco produziu-lhe um dos seus melhores filmes de entre os melhores, Maine Océan, com fotografia de Acácio de Almeida, que o jornal Le Monde colocou na lista dos 50 melhores filmes franceses de sempre.

Foi um outsider (como o foram Eustache e Pialat) e os seus filmes nunca tiveram estreia comercial em Portugal, uma lacuna que é agora finalmente reparada.

Esta obra de uma enorme frescura, que celebra a vida e, simultaneamente, a sua fragilidade, o desejo, a relação com a natureza, uma errância despreocupada, quase como arte poética, que ambicionava conciliar a arte moderna e a arte popular, com personagens de várias está agora a ser recuperada e a conquistar um cada vez maior número de espectadores. É também uma obra que celebra o Verão e esta é a melhor altura para mergulhar nesta experiência poética e libertária. Para irmos com Rozier à la plage.

Data

07, Julho 2025

Horário

21H30

Duração

1h51

Faixa etária

M12

Preço

€6

€4 

< de 25 anos, estudante, comunidade uc, rede alumni uc, > 65 anos, grupo ≥ 10, desempregado, profissional do espetáculo, parcerias TAGV

Os bilhetes com desconto são pessoais e intransmissíveis e obrigam à identificação na entrada quando solicitada. Os descontos não são acumuláveis

 

Bilheteira / atendimento presencial
segunda a sexta-feira 17h00 — 20h00
em dias de eventos 1 hora antes / até meia hora depois
encerrada aos sábados, domingos e feriados

Local TAGV

Origem França, Itália, 1962

Com Jean-Claude Aimini, Stefania Sabatini, Yveline Céry, Daniel Descamps

Festival de Cannes 1962 Semana da Crítica

Cópia digital restaurada

Ciclo Jacques Rozier