
Por onde reabrir caminho, qual o tema, a terra, o objetivo? À procura de nós, dos nossos detritos.
Em frente… sempre em frente não olhar para trás. Olhos fechados sem querer pensar, o frio, o medo do frio, a fome.
Ali em lugar nenhum, lugar perdido, duro, rasgado.
Ali, o lugar da ânsia do desconhecido. Memórias de estômago vazio.
A escuridão, o corpo colado a outro corpo e a outro e a outro…
O filho de encontro ao peito, cobertor às costas e malas, sacos, bonecos, entre uma outra pequena mão de carne e osso.
Pés devastados, pisados de cada poeira. As pedras…
O céu espesso, um céu aberto e a cabeça a estalar. Já não se sabe da dor, já se perdeu a ira.
A dúvida, a insegurança e a pequenez cansa.
Perdido o mínimo poder, perdida a dignidade, cansa.
Demolida a última réstia de humanidade, cansa.
E porquê eu?
– Olga Roriz
Data
07, Abril 2017
Horário
21H30
Duração
1h40
Faixa etária
M/12
Preço
€8
€7 ≤ 30, Estudante, ≥ 65, Grupo ≥ 10
€5 especial alunos e professores de dança
Local grande auditório Convento São Francisco
Direção Olga Roriz
Interpretação André de Campos, Beatriz Dias, Bruno Alexandre, Bruno Alves, Carla Ribeiro, Francisco Rolo, Marta Lobato Faria
Seleção musical Olga Roriz e João Rapozo
Música Aphex Twin, Ben Frost, Dahfer Youssef, Gavin Brayers, Max Richter, Two Fingers
Cenografia e figurinos Olga Roriz e Paulo Reis
Desenho de luz Cristina Piedade
Vídeo e pós-produção áudio João Rapozo
Assistente de dramaturgia Paulo Reis
Montagem e operação de luz Rui Miguel Simão
Montagem e operação de som Ponto Zurca
Apoio cenográfico Patrícia Soares
Fotografia Susana Neves