Com sessões mensais, desafiamos quem tiver curiosidade e vontade de ler textos para Teatro, criando assim uma comunidade de leitores que se reúne para partilhar um texto à volta de uma mesa, no palco ou em espaços inusitados do Teatro Académico de Gil Vicente ou do Teatro da Cerca de São Bernardo.

TER 8 fev . 18h30 Leitura de textos/fragmentos “Barca do Inferno”, “Barca do Purgatório”, “Floresta de Enganos” de Gil Vicente
Com José Augusto Cardoso Bernardes
Para esta sessão dedicada ao teatro de Gil Vicente, José Augusto Cardoso Bernardes selecionou fragmentos de três peças emblemáticas do vasto reportório vicentino: duas das obras que integram a trilogia das Barcas e “Floresta de Enganos”, a última das peças que escreveu, estreada em Évora em 1536. José Augusto Bernardes é professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde leciona Literatura Portuguesa do século XVI. De entre os autores que mais estudou, destacam-se Gil Vicente e Camões. Sobre o primeiro autor publicou vários livros, incluindo a sua tese de doutoramento(Sátira e Lirismo no teatro de Gil Vicente, Coimbra, 1995). Enquanto consultor científico, tem colaborado com várias companhias teatrais que têm levado à cena peças vicentinas, especialmente com A Escola da Noite (Coimbra) e o CENDREV (Évora). Outras publicações sobre Gil Vicente: “Revisões de Gil Vicente” (Coimbra, Angelus Novus, 2003), “Gil Vicente” (Edições 70, 2008).

QUA 9 fev . 11h00 Masterclass Gil Vicente, Figura Integral Do Teatro Europeu
Com José Augusto Cardoso Bernardes
Gil Vicente (1460?-1536?) pode ser considerado uma das primeiras figuras integrais do teatro europeu, precursora de nomes como Lope de Vega, Calderón de la Barca ou William Shakespeare.
Para além de ter escrito cerca de meia centena de peças, num total que se aproxima dos 40 mil versos, ficou conhecido por ter ainda organizado os espetáculos teatrais que derivaram desses textos. Acredita-se que, pelo menos pontualmente, possa ter também participado na representação dos seus autos. As suas primeiras obras (o Monólogo do Vaqueiro e o Auto Pastoril Castelhano) são representadas em 1502 e a sua última peça (Floresta de Enganos) é datada de 1536. Ao longo desses 35 anos, o dramaturgo manteve-se ao serviço da corte régia: primeiro no tempo de D. Manuel (1502-1521) e depois no reinado de D. João III (1521-1536). A sua obra é vasta e caracteriza-se por uma impressionante variedade dos géneros que faziam parte da grande tradição do teatro medieval europeu. Apesar disso, é possível identificar traços de sentido que atravessam os autos reunidos na Compilação e que viriam a ser publicados postumamente, em 1562.