há lavas que correm tão fundo que podem resvalar em sonhos. Nós estamos sempre a voltar. Há um novo horizonte que está sempre a correr e a corroer
Seguindo de perto as propostas da Geopoética e de outros autores que trazem o debate das questões ecológicas para um plano mais micro, ligado aos sujeitos, à sua sensibilidade e imaginário, Cratera quer procurar experiências intensas de conexão com a terra que reclamem outras formas de linguagem e lucidez.
A paisagem vulcânica, pela sua forte dimensão telúrica e proximidade à pulsação e respiração da terra, é o território eleito de indagação, tendo-se decidido focar a pesquisa e parte do processo de criação na ilha do Fogo, em Cabo Verde.
O imaginário associado aos vulcões é imenso e poeticamente muito forte e, neste tempo em que a terra está a fervilhar e em grande ebulição, queremos evocá-lo e conhecê-lo de perto.
Início, fim, profundo, arcaico. Explosivo, intenso, apaixonado, fecundo e ao mesmo tempo arrasador. A ideia de taça, útero, espaço mais ou menos protegido de rumores, de línguas estranhas, de imaginários intemporais, tem qualquer coisa de mítico e fantástico que nos seduz.
Na dramaturgia da paisagem, interessa-nos trabalhar no encontro entre a respiração topográfica, a etnoficção e os arquivos biográficos inscritos no corpo de cada um.
O projeto terá uma forte dimensão transdisciplinar, querendo-se desenvolver um trabalho assente em diálogos imbricados entre dança, teatro, som e vídeo.
André Braga & Cláudia Figueiredo são os diretores artísticos da CiRcoLando – Central Elétrica, um centro de criação e residências sediado no Porto que desenvolve atividade na área dos cruzamentos disciplinares, com enfoque nas artes performativas. O trabalho no espaço da fronteira caracteriza o percurso desta dupla de artistas, que vêm construindo uma linguagem singular fundada no conceito de transdisciplinaridade. Um diálogo intenso entre a dança e o teatro, com forte apelo aos contributos de outros campos da criação: poesia, artes plásticas, música e vídeo. A abordagem poética dos universos dramatúrgicos, o caráter intensamente físico das propostas e a força das componentes plástica e musical são traços marcantes dos seus projetos. Vêm assumindo também os projetos que trabalham com as comunidades e fazem do território e das pessoas que os habitam a principal matéria criativa. Corpo-arquivo, memória, ecopensamento, geopoética, paisagem, pós-colonização, os olhares do sul são são os tópicos que os vêm ocupando nos últimos tempos.
Data
16, Junho 2023
Horário
21H30
Duração
1h30
Faixa etária
M12
Preço
€7
€5
descontos TAGV
< de 25 anos, estudante, comunidade uc, rede alumni uc, > 65 anos, grupo ≥ 10, desempregado, profissional do espetáculo, parcerias TAGV
Os bilhetes com desconto são pessoais e intransmissíveis e obrigam à identificação na entrada quando solicitada. Os descontos não são acumuláveis
Local auditório TAGV
criação coletiva
direção artística André Braga, Cláudia Figueiredo
direção André Braga
dramaturgia Cláudia Figueiredo e Gonçalo Mota
interpretação Ana Rita Xavier, André Braga, Gil Mac, Lucília Raimundo, Nuno Barreto, Ramon Lima
sonoplastia João Sarnadas
vídeo Gonçalo Mota
espaço cénico André Braga e Pedro Azevedo
figurinos Pedro Azevedo
desenho de luz Cárin Geada
assistência de movimento Daniela Cruz
direção de produção Ana Carvalhosa
produção executiva Cláudia Santos e João Gravato
coordenação técnica Pedro Coutinho
comunicação Sara Jorge
coprodução São Luiz Teatro Municipal, Teatro Nacional São João, Teatro Aveirense, Cineteatro Louletano, Teatro Académico de Gil Vicente
a CiRcoLando – Central Elétrica é uma estrutura subsidiada por Ministério da Cultura/Direção-Geral da Artes