Crepúsculo e Aurora são duas fases do dia que se repetem inexoravelmente e que apenas existem por complementaridade uma da outra. O programa que a Orquestra Académica da Universidade de Coimbra propõe para este concerto relaciona-se com estas duas fases, do dia de forma poética e semiótica. Por exemplo, o interlúdio orquestral Marcha Fúnebre de Siegfried — extraído da ópera O Crepúsculo dos Deuses, a última ópera da épica tetralogia operática de Richard Wagner, O Anel dos Nibelungos — é construído a partir de fragmentos das quatro óperas anteriores, pensado como um momento de reflexão que encerra a história, como um crepúsculo que encerra o dia. Próximo da data em que se assinala 270 anos sobre um dos mais destrutivos e mortíferos eventos da história europeia, a Orquestra Académica da Universidade de Coimbra, interpreta o poema sinfónico O Terramoto de Lisboa, de Armando José Fernandes, uma obra em que o compositor retrata não só a escuridão trazida pelo terramoto, mas também a aurora da reconstrução da cidade e do país.

A Orquestra Académica da Universidade de Coimbra (OAUC) foi fundada em 2016, entre a Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC) e a Universidade de Coimbra (UC). Torna possível a estudantes, antigos estudantes, colaboradores e futuros estudantes da UC, e de outras instituições de ensino superior de Coimbra, terem  um espaço de execução de música sinfónica amadora. Tem ainda como objetivo a difusão da imagem da própria Universidade de Coimbra.