12

Jul,2023

Qua


21H30

DURAÇÃO


2h00

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Festival de Performances

ELO Conference 2023 — Overcoming Divides: Electronic Literature and Social Change

festival multimédia de performances, entre literatura eletrónica e artes performativas

A ELO Conference 2023 — Overcoming Divides: Electronic Literature and Social Change migrará por algumas horas para um palco. Este festival multimédia de performances, que acontece entre o Teatro Académico de Gil Vicente e o Convento São Francisco,  reúne vários artistas, mostrando a estreita ligação entre literatura eletrónica e artes performativas, as questões sociais e ambientais, envolvendo o público num evento que apela à reflexão e ação. 

 

THE FLOODS: A generative and combinatory sound-image-text performance
de e com Roderick Coover (Temple University), Adam Vidiksis (Temple University), Nick Montfort (MIT)
THE FLOODS submerge os espectadores num caleidoscópio de futuros climáticos, misturando não-ficção, escrita computacional e som. A experiência visual baseada em código é filmada por Roderick Coover. A performance musical acontece ao vivo com o som eletrónico do baterista compositor Adam Vidiksis, e com o texto generativo do poeta computacional Nick Montfort.
Imagens filmadas acima e abaixo da linha da água na costa Atlântica, na costa mediterrânica, no Mar do Norte e no Canal da Mancha retratam transformações terrestres humanas e não humanas, movimentos, infraestruturas, inundações e faróis que se transformam através de camadas, colagem, montagem e operações baseadas em código. A música ao vivo e o design de som de Adam Vidiksis acentua a colisão de ritmos naturais e industriais e o poder das forças irracionais, evocando futuros imaginados por meio de sequências oníricas, movendo-se entre realidades superficiais e submersas e senciência. Um texto generativo tenta descrever condições que são fundamentalmente incipientes – perda, saudade, extinção. A experiência desdobra-se em movimentos sempre mutáveis ​​para sugerir escolhas, narrativas e significados.
Arcos estruturais no código transportam os espectadores através de experiências de observação, transformação, saudade, perda e possibilidade. À medida que lugares aparentemente familiares se transfiguram, a obra sugere que o aumento do nível das águas não muda apenas os lugares, mas também impacta memórias, desejos, sonhos e linguagem.

Overflow
de e com Yan St-Onge (Artist/Independent researcher)
Overflow é uma performance cujo objetivo é criar a sensação de um evento catastrófico. A inundação de um rio é uma metáfora para o mundo em transformação por causa da crise climática do Antropoceno. Durante a performance, a própria linguagem é afetada, transformada em poesia sonora e visual, perdendo gradualmente as suas capacidades semânticas. Os atos de escrever e de desenhar surgem interligados.
Usando poesia visual digital ao vivo e fala, todo o processo mostra a vulnerabilidade de uma performance, onde a possibilidade de errar é intrínseca à abordagem. Diversamente da literatura tradicional, escrever e desenhar nesta configuração digital são ações efémeras que não produzem artefactos. A escrita digital, sendo feita ao vivo em modo WYSIWYG, adquire transitoriedade idêntica à da fala.
A leitura em francês e inglês evolui para uma poesia sonora experimental. Com a projeção na tela, as pessoas podem ver o que faço no meu iPad: a poesia visual aparece e desaparece, o texto evolui para rabiscos e desenhos abstratos. A evolução paralela do ritmo visual e sonoro lembra as ondas da água transbordante e a progressiva invasão do território. A atenção do público será atraída alternadamente para a tela de projeção, para a fala no microfone ou a escrita e o desenho no tablet.
A biodiversidade, incluindo a humana, está ameaçada. A crise climática e o desastre natural evocados na obra representam uma chamada à ação para conter a crise ambiental. Na verdade, a crise climática é uma das questões sociais e políticas mais importantes do nosso tempo porque a sobrevivência dos seres humanos e dos seres vivos está em jogo.

Gray Hairs
de e com Terhi Marttila (Independent artist-researcher)
A mulher à minha frente no autocarro tinha cabelos pretos e escuros. Eu estava hipnotizada. Mas, de repente, percebi que o cabelo dela estava pintado. Assustada, comecei a inspecionar os outros passageiros, e percebi que a grande maioria das mulheres tinha pintado o cabelo. Mulheres jovens, mulheres velhas, e pensei: porquê só as mulheres?
Gray hairs (Cabelos grisalhos) é um poema interativo ou uma série de fragmentos sobre a prática generificada de pintar o próprio cabelo. A leitura progride “arrancando” os cabelos grisalhos na tela, o que vai fazer com que voltem ao preto. Por um momento, pelo menos. Por fim, o envelhecimento prevalece e deixa-nos com uma tela vazia, em branco.
Através da sua forma computacional, a obra ressalta assim a natureza linear e inevitável do processo de embranquecimento e envelhecimento. Podemos escolher arrancar ou pintar, ou não fazer nem uma coisa nem outra, mas em ambos os casos morreremos.
Entre a juventude e a morte, há um espaço em que o envelhecimento assoma e inquieta uma mulher que vive os primeiros sinais dessa lenta transição.
Nesta performance, Terhi Marttila faz uma leitura ao vivo de sua obra Gray hairs, acompanhando a leitura em voz alta à frente da tela.

An Island of Sound
de e com J. R. Carpenter (University of Southampton), Jules Rawlinson (University of Edinburgh)
Desde o período clássico até ao início da era moderna, abundam as histórias de ilhas distantes habitadas por demónios, diabos, espíritos malignos e todos os tipos de criaturas aladas. As sereias atraíam os marinheiros para o naufrágio com vozes cantantes. O espírito Ariel conjura uma tempestade. São histórias que nos contamos para dar sentido ao vento. De que modo as possibilidades do texto variável da literatura digital e a espacialidade do som se podem combinar por meio da performance ao vivo, para aproveitar a força emotiva, psicológica e elementar dessas histórias antigas e assim para abordar a atual crise climática?
An Island of Sound é uma nova obra para leitura no browser que explora a noção de que as ilhas fantasmas, que apareceram nos mapas do Atlântico Norte no momento da interseção entre o imperialismo e a Pequena Idade do Gelo, são, em parte, fenómenos climáticos. Isto é feito através de um conjunto de imagens encontradas, textos gerados por algoritmos, performances ao vivo e som. O som oferece maneiras de representar, experimentar e negociar material escrito, falado e visual que pode ser especulativo, fictício ou factual, emotivo, informativo e retórico. O mundo sonoro criado para a performance ao vivo proposta para este trabalho responde, suporta e transforma as imagens visuais e textuais. O mundo sonoro é informado pelo caráter cinético, emergente e sistémico do movimento do vento em diferentes escalas, velocidades, camadas e dinâmicas. Gravações de campo, som sintético de vento, fluxos de amostras generativas e processamento de som orientado por dados são colados e combinados com palavras faladas para criar narrativas sonoras ambíguas e mutáveis e ressonâncias espectrais.

 

14 de julho 21h30 programa aqui 

Data

12, Julho 2023

Horário

21H30

Duração

2h00

Faixa etária

M18

Preço

entrada gratuita

Local auditório TAGV

host Caitlin Fisher

organização Electronic Literature Organization (ELO), Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra (CLP)

coordenação Daniela Côrtes Maduro (Universidade de Coimbra), Manuel Portela (Universidade de Coimbra), Alex Saum-Pascual (Universidade da Califórnia, Berkeley), Rui Torres (Universidade Fernando Pessoa)

apoio técnico Blue House, Teatro Académico de Gil Vicente

performances integradas ELO 2023 Festival de Literatura Eletrónica

performers Adam Vidiksis, Aidan Walker, Ana Caballero, Caitlin Fisher, Carolina López, Christian Bök, Daria Petrova, Ismael Faro, J. R. Carpenter, Jacob Hall, Jules Rawlinson, Lillian-Yvonne Bertram, Marcos De La Fuente, Mariel Martínez, Mark Marino, Nick Montfort, Ryan Veeder, Ottar Ormstad, Roderick Coover, Sasha Stiles, Terhi Marttila, Yan St-Onge

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