Inspirado em acontecimentos reais associados à crise de refugiados na fronteira polaca, Green Border acompanha duas narrativas interligadas: a jornada angustiante de uma família de refugiados sírios que tenta entrar na Europa através da Bielorrússia, enfrentando uma violência extrema durante o processo, e a perspetiva de um guarda fronteiriço polaco que se vê confrontado com sérios dilemas morais ao testemunhar tais atrocidades. Intenso e provocador, o filme é uma exploração crua e impressionante da crise humanitária e uma crítica contundente às políticas anti-refugiados em vigor na Polónia.

Agnieszka Holland é uma das mais destacadas realizadoras e argumentistas do cinema polaco. Nascida em 1948, estudou na Escola de Cinema de Praga e iniciou a sua carreira como assistente de realização de Krzysztof Zanussi e Andrzej Wajda, antes de emigrar para França pouco antes da implementação da lei marcial na Polónia em 1981. Da sua vasta obra, internacionalmente aclamada e celebrada pela sua visão política e notáveis contributos para o cinema polaco, destacam-se Europa Europa (1991), vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, e Fuga na Escuridão (2011), nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 2017, o seu filme Spoor recebeu o Prémio Alfred Bauer no Festival de Cinema de Berlim e, em 2020, Holland esteve no LEFFEST para apresentar Charlatão. O seu mais recente filme, Green Border (2023), venceu o Prémio Especial do Júri no Festival de Veneza.