A fotografia pode ser uma lente poderosa para entender as experiências e identidades dos jovens. Na verdade, num mundo global, com as fronteiras culturais e geográficas cada vez mais ténues, a juventude defronta-se com um cenário onde as influências culturais se entrelaçam de formas variadas. A fotografia, como meio de expressão e comunicação visual, torna-se, assim, uma ferramenta essencial para documentar e refletir essas múltiplas identidades e realidades vividas pelos jovens de diferentes origens.
A fotografia tem, por isso, o poder de capturar momentos de intercâmbio cultural, registrando as transformações e as fusões de tradições que eles vivenciam no seu quotidiano. Essas imagens, que os apresentam imersos em diferentes contextos culturais, seja em festivais, nas ruas ou nas escolas, podem servir como retratos de uma sociedade em constante mudança. Nas suas fotos, as gerações mais jovens expressam frequentemente o impacto de um mundo multicultural, onde as suas histórias e perspetivas podem ser contadas por meio de retratos, cenas de convivência e registros de lugares diversos. Além disso, o ato de fotografar pode ser uma forma de reivindicação de identidade para adolescentes de comunidades marginalizadas ou minoritárias. Ao documentar as suas próprias experiências, eles não só compartilham as suas culturas, mas também desafiam estereótipos e ampliam as narrativas dominantes, afirmando a sua presença e a sua importância na sociedade.
A fotografia torna-se, assim, uma ferramenta de empoderamento, permitindo a criação das suas próprias representações, contrastando muitas vezes com as imagens preconceituosas ou limitadas que circulam nos mediatradicionais. O multiculturalismo, com as suas complexas camadas de influências culturais, também é refletido na estética fotográfica. A diversidade de estilos, cores e formas, encontrados em fotografias de jovens que pertencem a diferentes contextos culturais, mostra como as expressões visuais podem transcender barreiras e comunicar as particularidades de cada grupo, ao mesmo tempo que revelam semelhanças universais. A fotografia torna-se um ponto de encontro entre o individual e o coletivo, o local e o global.
Em suma, ela oferece uma janela de oportunidade para a complexidade das experiências contemporâneas. De facto, através das suas lentes, podemos viver um mundo mais inclusivo, onde a diversidade cultural é não só registrada, mas também celebrada, desafiando normas e expandindo horizontes para o futuro.
— José Vieira

O Festival i5, na sua terceira edição, pretende promover a produção e mostragem de curtas metragens realizadas por alunos, promovendo, assim, a prática e a cultura audiovisual em contexto escolar; a sensibilização das escolas para a utilização do vídeo como ferramenta criativa; a divulgação de experiências que promovam a familiarização com as artes do vídeo, da animação e da vídeo instalação; favorecer o encontro e a troca de experiências e ideias entre alunos, professores e profissionais das artes.