31 maio 18h00 The Elephant 6 Recording Co. — De C.B. Stockfleth
Foram precisos 14 anos para que o realizador deste documentário construísse, entre entrevistas e arquivos, esta homenagem à música que saiu de Athens, na Georgia (EUA), nos anos 1990, onde uma data de amigos e desconhecidos com uma paixão pelo rock psicadélico se juntou para usufruir de casas grandes e rendas baixas e criaram bandas influentes cheias de alegria e caos como Of Montreal, Olivia Tremor Control, Neutral Milk Hotel ou the Apples in Stereo.
Este é um projeto que esteve muito tempo em gestação, mais de 20 anos depois do pico de popularidade apreciado pelo colectivo de pop psicadélica indie a que alude o termo Elephant 6 – um grupo extenso de músicos, mas também artistas e criativos de toda a espécie. Dos Neutral Milk Hotel, aos Olivia Tremor Control aos Apples In Stereo, tudo começou nos anos 1990, entre o folk rock, o rock psicadélico e o pop rock mais fofinho, tudo um pouco ao lado do grunge que estava a rebentar, mas que pôs no mapa esta trupe desajustada que convergiu geográfica e ideologicamente. Este documentário explora a mística e a magia por detrás das amizades e a ingenuidade e atitude DIY que levou ao sucesso destas bandas, bem como o peso das perdas que aconteceram pelo caminho. Uma construção impressionista que mostra a essência excêntrica de todos os envolvidos. — Ana Cabral Martins
origem EUA, 2022
vencedor do prémio IndieMusic
31 maio 21h00 Safe Place — De Juraj Lerotić
Um retrato duro e cru de um período tumultuoso de 24 horas que desordena a vida de uma pequena família. Damir, um homem com uma saúde mental debilitada pela depressão, tenta cometer suicídio. O irmão (protagonizado pelo realizador, naquela que é uma obra autbiográfica) e a mãe tentam agarrá-lo à vida, mas os protocolos sistémicos em que Damir é colocado, estéreis, impessoais e desprovidos de empatia, sublinham a falta de espaços realmente seguros.
Damir quer morrer; a sua família (mãe e irmão) quer que viva. As vinte e quatro horas de Safe Place são uma corrida contra o tempo, reflexo fulgurante de uma inevitabilidade que o filme, no seu desejo de amparo e segurança, vê pesar em cada momento. Um filme constrói-se, assim, e teima em fugir, também, das mãos dos familiares que tentam escrevê-lo, procurando trazer de volta alguém que, apesar de presente, já parece ter desaparecido do mundo dos vivos. Inspirado numa história real vivida pelo realizador Juraj Lerotić, a sua primeira longa-metragem é um objeto fulgurante sobre um núcleo familiar e a fragilidade do nosso elo com tudo o que nos mantém vivos. — Francisco Valente
origem Croácia, 2022
com Snježana Sinovčić Šiškov, Goran Marković, Juraj Lerotić
estreia nacional vencedor do grande prémio IndieLisboa