15

Jan,2022

Sáb


21H30

DURAÇÃO


1h10

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Alceu Valença

De Cátia Pinheiro & José Nunes+Diogo Bento

ouvir tudo. Perceber tudo. Ocupar o “lugar do príncipe” que tudo pode, tudo vê, tudo ouve e tudo percebe. Tudo feito para mim. À minha medida. À minha imagem e semelhança. Eu, no centro do mundo, num lugar de privilégio. Mas… e se não houver texto para ouvir?

Assistir a uma bela peça. Surpreender-me com um texto acutilante. Deleitar-me com uma encenação mordaz. Extasiar-me com cenografias engenhosas. Comprazer-me com atores exímios, com vozes claras e poderosas que modelam as personagens. E ver tudo. Ouvir tudo. Perceber tudo. Ocupar o “lugar do príncipe” que tudo pode, tudo vê, tudo ouve e tudo percebe. Tudo feito para mim. À minha medida. À minha imagem e semelhança. Eu, no centro do mundo, num lugar de privilégio. Mas… e se não houver texto para ouvir? Se não houver vozes que nos arrepiem a pele? Se os gestos falarem mais alto que as cordas vocais? Se convidarmos para o centro de cena aquelxs que por e pela norma são colocadxs num cantinho do palco, para não desviar a atenção do virtuosismo que à boca de cena se apresenta?

“Língua” é um espetáculo que utiliza a Língua Gestual Portuguesa como veículo primordial de comunicação e que pretende colocar em causa as relações de poder e de privilégio que estruturam há muito essa coisa chamada teatro. Procuramos o confronto entre modelos de comunicação e linguagem de uma obra teatral, de modo a desimportantizar a língua que ouvimos (xs que a ouvem…) e sublimar outras, numa tentativa de combater o fonocentrismo que perpetua relações de violência, insistindo em obrigar todxs a falar da mesma forma. Dentro e fora do teatro.

Em cena, Língua Gestual Portuguesa e língua portuguesa (falada e escrita) unem-se, num espetáculo verdadeiramente bilingue, que tenta ser uma proposta de reflexão sobre a ideia de língua, questionando possibilidades, limites e identidades. Pelo meio, há um pouco da história dos surdos, replicam-se algumas idiossincrasias do quotidiano das pessoas surdas, bem como especificidades da comunicação em Língua Gestual Portuguesa.

 

A companhia Estrutura foi fundada em 2009 pelos criadores Cátia Pinheiro e José Nunes e tem desenvolvido a criação e produção de espetáculos de teatro e projetos transdisciplinares, bem como atividades de programação e formação. Desde a sua fundação apresentou os seus espetáculos em colaboração com instituições como o Teatro Municipal do Porto, TNSJ, TNDMII, Centro Cultural Vila Flor, 23 Milhas, FITEI, Festival Temps d’Images, entre outros.  O trabalho da Estrutura assenta numa lógica colaborativa, onde são regularmente convidados outros artistas para partilhar a criação dos projetos, como foi o caso de Rogério Nuno Costa, Pedro Zegre Penim, André Godinho, Diogo Bento ou António MV.

Data

15, Janeiro 2022

Horário

21H30

Duração

1h10

Faixa etária

M12

Preço

€7
€5 < 25, estudante, > 65, comunidade UC, rede alumni UC, grupo ≥ 10, desempregado, profissional do espetáculo, parcerias

Bilheteira TAGV 1 hora antes dos espetáculos e 30 minutos antes das sessões de cinema. Encerra 30 minutos após o seu início

acessibilidade espetáculo bilíngue falado em português e em Língua Gestual Portuguesa

+ info bilheteira@tagv.uc.pt

Local auditório TAGV

criação Cátia Pinheiro & José Nunes + Diogo Bento

texto Diogo Bento, José Nunes

versão LGP Joana Cottim

interpretação Ana Lopes, Cláudia Braga, Diogo Bento, Joana Cottim, Tiago Jácome

atriz em vídeo Mariana Magalhães

cenografia Cátia Pinheiro

desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção, Pedro Nabais

vídeo Vasco Mendes

desenho de som Vasco Rodrigues

figurinos Jordann Santos

produção executiva Ana Lopes

formação LGP inicial ao elenco Ana Bela Baltazar

LGP nos ensaios e espetáculo Joana Cottim

apoio à cenografia Emanuel Santos, Raúl Constante Pereira

assistência de figurinos Clementina Delgado

assessoria de imprensa Bruno Malveira (The Ugly Duckling Angency)

coprodução Estrutura, Teatro Nacional São João e São Luiz Teatro Municipal

apoio 23 Milhas

entidade financiada por República Portuguesa – Cultura/DGARTES – Direção-Geral das Artes

a Estrutura é uma companhia residente no Teatro Campo Alegre, no âmbito do programa Campo Aberto do Teatro Municipal do Porto

agradecimentos Teatro Municipal do Porto, Teatro Universitário do Porto, Associação de Surdos do Porto, Serviços de tradução e interpretação de Língua Gestual (CTILG), Língua Estrutura

coworking Gaia, Sara Marques Faneca, Pedro M. Santos, Carlos Mota, Paulo Correia, Otília Faro, Ricardo Santos Costa, Joana Nabais

fotografia Ana Lopes

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Ascensão /adiado 4 e 5 fev/