Bonneville trabalha sobre a sua história pessoal. Convida algumas mulheres, que fazem parte da sua vida, para falarem sobre si mesmas, sobre as suas experiências relacionadas com o facto de serem mulheres, adultas, artistas, no formato de vídeo-retratos.
MB#6 é uma experiência de narração autobiográfica. Bonneville trabalha sobre a sua história pessoal como momento de profundo encontro existencial entre diversas identidades. Convida algumas mulheres, que fazem parte da sua vida, para falarem sobre si mesmas, sobre as suas experiências relacionadas com o facto de serem mulheres, adultas, artistas, no formato de vídeo-retratos. As histórias de cada uma delas, no entanto, são-nos devolvidas pelo intérprete, numa dobragem ao vivo, que reúne as diferentes histórias sob a mesma voz e as funde, tornando-as parte de um único grande retrato que descreve uma nova identidade.
As autobiografias feitas por mulheres sempre foram, ao longo da história, vistas como incompletas, descontinuas, incoerentes, fragmentadas ou privadas. Bonneville vê assim também o seu trabalho, qualquer autobiografia será sempre incompleta, e estará em contínua transformação e regeneração.
Por isso, decidiu revisitar o espectáculo, 10 anos depois, entrevistar novamente as mesmas mulheres, e também outras que ao longo deste período foram influenciando o seu percurso, de forma a continuar a refletir sobre o que é ser-se mulher hoje, tornar-se mulher hoje, sobretudo quando o(s) feminismo(s) e as questões de género e da sexualidade têm adquirido cada vez mais protagonismo nas esferas pública e política.
Miguel Bonneville (n. 1985) introduz-nos a histórias autobiográficas centradas na desconstrução e reconstrução da identidade através de performances, desenhos, fotografias, vídeo, música e livros de artista. Desde 2003, tem apresentado o seu trabalho em galerias de arte e festivais nacionais e internacionais, sobretudo os projetos seriados “Family Project”, “Miguel Bonneville” e “A Importância de Ser”. Fez parte do núcleo de artistas da produtora de dança contemporânea Eira (2004-2006) e da Galeria 3+1 Arte Contemporânea (2009-2013). Foi artista residente no Sítio das Artes, CAMJAP – Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2007), Homesession (Barcelona, 2008), Mugatxoan – Fundação de Serralves (Porto, 2010), Festival Transeuropa2012 (Hildesheim, 2012), Arts Printing House (Vilnius, 2013), Arte y Desarrollo (Madrid, 2014), e La Box (Bourges, 2018), entre outros. Recebeu o Prémio Ex Aequo (2015) pelas performances ‘Medo e Feminismos’, em colaboração com Maria Gil, e ‘A Importância de Ser Simone de Beauvoir’.
Data
22, Janeiro 2019
Horário
21H30
Duração
1h30
Faixa etária
M/6
Preço
€5
€3 < 25, estudante, > 65, comunidade UC, grupo ≥ 10, desempregado, parcerias
Local Auditório TAGV (lotação limitada)
Direção e interpretação Miguel Bonneville
Co-criação (2018) Isadora Alves, Joana Craveiro, Isabela Figueiredo, Maria Gil, Carlota Lagido, Joana Linda, Mariana Sá Nogueira, Rita Só, Cláudia Varejão, Sara Vaz
Edição vídeo Joana Linda (2018)
Produção Cristina Correia, Vanda Cerejo | Teatro do Silêncio
Coprodução Festival FITEI, Festival Temps d’Images
O Teatro do Silêncio é uma estrutura apoiada pela República Portuguesa-Cultura/Direção-Geral das Artes
Fotografia Joana Linda