faremos uma leitura encenada daquelas que serão as propostas para os próximos 50 anos de revoluções, à volta do sol e à roda de um ou uma oradora deste planeta
Num dia improvável mas muito possível ou mesmo inevitável, toda a gente decidirá não sair de casa. O mundo parará e fará greve a si próprio. Nesse dia, haverá tempo para pensar, para respirar, para chorar copiosamente por todas as atrocidades cometidas só por excesso de adrenalina, testosterona, estupidez ou maligna estratégia geopolítica. Depois, e só mesmo para quem pode, alguns farão uma sesta. Outra tanta gente tomará um banho. Muitos e muitas serão os e as que limparão o ranho à camisola e ajeitarão a pouca roupa que trazem no corpo. Voltamos a sair. Daremos o braço a um próximo, a uma vizinha, a um desconhecido, a uma mãe, a uma filha. Sem nenhuma outra razão aparente que não um “estava a ver que nunca mais!”, desceremos todas as avenidas e chegaremos a esta praça. A praça que é uma escola, que é uma troca, que é o lugar para todas as classes e para todas as possibilidades. A praça que é uma Helqa, uma roda à volta de um contador de histórias que nos propõe um novo futuro, que traz novas ideias, que nos conta sobre todos os dias em que acreditou que o mundo seria um lugar melhor. Para o Festival End faremos uma leitura encenada daquelas que serão as propostas para os próximos 50 anos de revoluções, à volta do sol e à roda de um ou uma oradora deste planeta. Como se já estivéssemos naquela praça de onde saírá o mote, o compasso, a vibração, o princípio de todas as mudanças.
Patrícia Portela é autora de performances e obras literárias, viveu em Macau, Finlândia, Holanda, Dinamarca, Bélgica e presentemente em Portugal. Itinera com regularidade pela Europa e pelo mundo. É reconhecida nacional e internacionalmente pela peculiaridade da sua obra (Miguel Real in JL), e recebeu por ela vários prémios: Prémio Madalena Azeredo de Perdigão/Fundação Calouste Gulbenkian; Prémio Teatro na Década; Prémio Revelação dos Críticos de Teatro em 1998 ou a menção honrosa em 2006. Autora de vários romances e novelas como Para Cima e não para Norte (2008) Banquete (2012, finalista do Grande Prémio de Romance e novela APE) ou Dias úteis (2017, considerado pelas revistas Sábado e Visão um dos melhores livros do ano) ou Hífen (Prémio Ciranda 2022), todos com a chancela Editorial Caminho. Participou no prestigiado 46o International Writers Program em Iowa City em 2013 (onde também residiram os prémios nobel Orhan Pamuk ou Mo Yan) e foi a primeira Outreach Fellow da Universidade de Iowa City no mesmo ano. Foi uma das 5 finalistas do primeiro Prémio Media Art Sonae 2015 com a sua instalação Parasomnia com a qual continua a circular pelos cinco continentes entre espaços de galerias, teatros ou espaços comunitários, pois acredita que a arte não deve ficar fechada no seu próprio circuito. 2015/2017. É cronista regular do Jornal de Letras, Artes e Ideias desde 2017 e foi cronista na rádio Antena 1 no Fio da Meada às terças feiras. Foi diretora artística do Teatro Viriato, colaborou com o projecto nómada e alternativo de programação Rota Clandestina como programadora em 2022 e 2023 e é presentemente a diretora artística da Rua das Gaivotas 6 em Lisboa, um espaço independente no coração da capital para artistas emergentes.
Data
23, Março 2024
Horário
21H30
Duração
1h00
Faixa etária
M6
Preço
€3
Local auditório TAGV (lotação limitada)
Leitura encenada de texto de Patrícia Portela com Diogo Dória, Mónica Coteriano, Frederico Botta, Miguel Baltazar, Beatriz Teodósio, João Grosso, Ana Rocha, Célia Fechas
Mercado das Madrugadas, uma produção Prado, em coprodução com o Teatro Aveirense, Teatro Nacional D Maria II e Rota Clandestina, estreará a 24 de abril de 2024, na Praça do Doutor Joaquim de Melo Freitas, em Aveiro/Teatro Aveirense e a 9 de maio de 2024, no Largo de São Domingos, em Lisboa/TNDMII
Festival END — Encontros de Novas Dramaturgias