Nuno Carinhas concentrou o seu olhar neste bizarro triângulo amoroso, o núcleo mais íntimo ou claustrofóbico da mais pungente tragédia doméstica de Shakespeare
Nuno Carinhas (Lisboa, 1954) pintor, cenógrafo, figurinista e encenador, foi também Diretor Artístico do Teatro Nacional São João entre 2009 e 2018.
Olhemos uma vez mais para o que “não soube amar e muito amou”, como diz o “Mouro de Veneza” de si mesmo. Mas só existe Otelo – o “estranho forasteiro/ de aqui e toda a parte” – porque existe Iago, o profeta do ressentimento e da desordem, e porque existe a bela Desdémona, palavra shakespeariana que significa “amor”. Nuno Carinhas concentrou o seu olhar neste bizarro triângulo amoroso, o núcleo mais íntimo ou claustrofóbico da mais pungente “tragédia doméstica” de Shakespeare. O espetáculo começa e termina numa escuridão que é perfurada pela luz. E avança, imparável, por entre as sombras de Veneza e Chipre, geografias da ordem e do caos, rodeadas de água, elemento que conduz, espelha, distorce. Tragédia por excelência da dúvida e da vulnerabilidade, Otelo surgiu no TNSJ Teatro Nacional São João um ano depois de Macbeth, formando um díptico shakespeariano onde Nuno Carinhas colocou em perspetiva duas radicais e exuberantes visões do mal. “Só se vê a maldade em pleno uso.” Teatro Nacional São João
Data
09, Novembro 2021
Horário
18H30
Duração
1h30
Faixa etária
todos os públicos
Preço
inscrição gratuita para leitores/as clube.leitura.teatral@gmail.com
entrada gratuita (lotação limitada)
Local TAGV
texto “Otelo” de William Shakespeare
leitura dirigida por Nuno Carinhas
ciclo Do Caudal que Remonta: Leitura de Grandes Obras e Autores da Dramaturgia Universal
coordenação Clube de Leitura Teatral António Augusto Barros, Igor Lebreaud (A Escola da Noite), Fernando Matos Oliveira, Ricardo Correia (Teatro Académico de Gil Vicente)
coprodução A Escola da Noite, Teatro Académico de Gil Vicente
iniciativa integrada no Laboratório LIPA
fotografia João Tuna