15

Out,2022

Sáb


18H00

DURAÇÃO


15 mi

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École des Maîtres

De Hamilton Francisco Babu

sou uma experimentação do outro, que nunca me deixou expressar, sou um ser híbrido vivo no meio de dois mundos, onde me tento expressar em paisagens visuais e sonoras reinventadas por mim

Uma narrativa da desconstrução da nomeação. O apagamento dos nomes africanos como apagamento de identidade. A dislexia da minha origem, nem sou cá, nem sou lá, sou apenas uma fragmentação dessa dislexia, sou um criptocorpo, sou uma concha difratada. Sou uma experimentação do outro, que nunca me deixou expressar, sou um ser híbrido vivo no meio de dois mundos, onde me tento expressar em paisagens visuais e sonoras reinventadas por mim. Vivo num limbo de esquizofrenia, como que habitando duas identidades ou mais, deambulo entre essas paisagens, na procura incessante da minha origem. Sou um objeto em constante vigilância. Vivo num processo em constante desenvolvimento e negociação.

Hamilton Francisco (Babu) nasceu em Angola, em Malanje, a 25 de abril de 1974. Desde muito cedo, teve a paixão pela pintura. Estudou desenho industrial no Centro de Formação e Tecnologia Manauto em Luanda. Já em Portugal, aprofundou o seu conhecimento na Arte. Trabalha como artista visual, depois de participar no Projeto Museus no Centro, em Coimbra. Criou e desenvolve o projecto de investigação artística Memória e Identidade, onde reflete, e materializa grandes questões da história de África na sua relação com o mundo, e a relação entre colono e colonizado.

Performance integrada no programa Afro-Portugal: Contas de Torna-ViagemA canção Canto dos Torna-Viagem, de José Mário Branco, interpela as grandes narrativas coloniais que ainda sustentam a identidade nacional portuguesa, a partir do símbolo da viagem de descoberta. A provocação é forte e incisiva no sentido de fazer as contas de uma “Pátria Moratória”que foi deixando “Desperdícios coloniais” entre os seus, e onde chegou e dominou.  É preciso, pois, inverter a perspetiva sobre a história e tentar “ver a coisa/do ponto de vista de quem não chegou”, de quem já estava nas colónias, dos que já cá estão, ou de cá são, sem que a “Pátria imaginária” os reconheça, na sua “consistência vária”. Este amplo programa insere-se, assim, nos debates atuais sobre memória colonial, o racismo, e coloca em destaque as vozes artísticas negras, africanas e afrodescendentes em Portugal, de várias gerações. Inclui performances, exposições, filmes, debates, literatura, música, workshops e ações socioeducativas, culminando na peça Aurora Negra.

Data

15, Outubro 2022

Horário

18H00

Duração

15 min.

Faixa etária

M12

Preço

entrada gratuita * performance integrada na exposição Black Youth: Weaving Identities

Local Casa da Esquina

performance integrada na exposição Black Youth: Weaving Identities

de Hamilton Francisco Babu

programa Afro-Portugal: Contas de Torna-Viagem

curadoria Catarina Martins (FLUC/CES)

coprodução Teatro Académico de Gil Vicente, A Escola da Noite

parceria Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES), Casa da Esquina, Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Doutoramento em Estudos Feministas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Projeto CROME (CES)

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Performance

Afro-Portugal: Álbuns de Guerra