adaptação livre de Macbeth de William Shakespeare, O Trono de Sangue introduz pequenas diferenças em relação à peça (uma só bruxa, ao invés de três) e acrescenta novas cenas (quando a floresta se põe em movimento, os pássaros fogem e invadem o castelo)
O general Washizu e o general Miki perdem-se na floresta e encontram uma bruxa, que prevê que Washizu será rei e que será sucedido pelos herdeiros de Miki. É então que Washizu mata o seu senhor, Kuniharu Tsuzuki, e Miki. A bruxa prevê agora que ele estará a salvo enquanto a floresta não se puser em movimento. Mas o filho de Miki ataca o castelo de Washizu, usando as árvores da floresta como camuflagem. O filho de Washizu nasce morto, a sua mulher enlouquece e ele é traído pelos seus homens.
Celebramos Akira Kurosawa que, com Mizoguchi e Ozu, é um dos grandes Mestres do cinema japonês. É a ele que nós devemos, é a ele que o cinema japonês deve, a descoberta no Ocidente de uma das mais fascinantes cinematografias da história do cinema. Último de sete irmãos, foi com o pai, descendente de uma antiga família de samurais, que cedo começou a ir ao cinema e viu muitos filmes europeus e americanos. Mais tarde, com o seu irmão Heigo, benshi de profissão (narrador de filmes no período do mudo), com o qual, contra a vontade da família, foi viver para um bairro proletário e boémio, passou a ter acesso livre às salas de cinema. Esta “primeira escola”, que foi fundamental para a formação do jovem Akira, terminaria com o suicídio de Heigo, na sequência da chegada do sonoro, que arrastou todos os benshi para o desemprego. É então que AK resolve candidatar-se a um posto de assistente de realização num estúdio cinematográfico. Aí começará uma nova etapa na sua formação. Um dos examinadores era o célebre realizador Kajiro Yamamoto, que ficou impressionado com a cultura cinematográfica de Kurosawa. Ao longo dos sete anos de aprendizagem no estúdio, AK foi assistente em vários dos filmes de Yamamoto (que considerou “o maior mestre da sua vida”; por seu lado, este dizia que Kurosawa possuía um talento inato). No início dos anos 40, num período extremamente conturbado (a guerra, uma censura implacável), Kurosawa tenta tornar-se realizador e consegue, depois de vicissitudes várias, fazer o seu primeiro filme, nos estúdios Toho, em 1943. 1951 será um ano especial para Kurosawa e para o cinema japonês. Rashomon / Às Portas do Inferno, o seu 12o filme, conquista o Leão de Ouro em Veneza, a que juntaria depois o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Este triunfo chamaria a atenção do Ocidente para o cinema que se fazia (e o que antes deste se fizera) no Japão. E se Mizoguchi e Kinugasa, ou depois Ozu e Naruse, e a geração contemporânea de AK, começaram a ser vistos e a despertar a atenção no Ocidente, foi através desta porta aberta por Kurosawa. — Medeia Filmes
Data
18, Junho 2024
Horário
18H30
Duração
1h50
Faixa etária
M12
Preço
€5
€3,5
< 25 anos, estudante, comunidade uc, rede alumni uc, > 65 anos, grupo ≥ 10, desempregado, profissional da cultura, parceria TAGV
Os bilhetes com desconto são pessoais e intransmissíveis e obrigam à identificação na entrada quando solicitada. Os descontos não são acumuláveis
Local TAGV
Com Toshiro Mifune, Isuzu Yamada, Minoru Chiski, Takamaru Sasaki
Origem Japão, 1957
Festival Internacional de Veneza 1957 Nomeado ao Leão de Ouro
Cópia digital restaurada
Inédito comercialmente em Portugal
Ciclo Japão Eterno