A estreia de Elena López Riera nas longas-metragens é um objeto enigmático, carregado da intimidade da cineasta com o lugar – a sua Orihuela natal –, híbrido de real e ficção, fábula estival existente apenas no ponto em que as águas da magia e do mito afluem no rio da verdade. E há uma tempestade no horizonte que ameaça fazer transbordar esse rio, levando consigo as mulheres que têm a “água dentro de si”, segundo a crença. Ana – papel no qual a debutante Luna Pamiés conquistou a crítica internacional –, bem no centro da tormenta iminente, vive com José um (sempre intenso) amor adolescente.

Elena López Riera (Espanha, 1982) depois de terminar a tese de doutoramento em Cinema Argentino Contemporâneo, começou a ensinar Literatura Comparada na Universidade de Genebra e na Universidade Carlos III, em Madrid. Realizou as curtas-metragens Pueblo (2015), Las Vísceras (2016) e Los Que Desean (2018) e participou no Berlinale Talent Campus do Festival Internacional de Berlim 2017. A sua primeira longa-metragem El Agua (2022) foi bem acolhida pela crítica internacional e foi selecionada para diferentes festivais internacionais, como o Festival Internacional de Cinema de Cannes e o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián.