um documentário sobre pessoas, mas também sobre poder, resistência, identidade e o preço do progresso
Na década de 1940, cerca de três mil pessoas foram expulsas da Alta de Coimbra para dar lugar à Cidade Universitária. Este é o testemunho dos últimos sobreviventes dessa comunidade e de uma das maiores transformações urbanÃsticas em Portugal, num tempo em que desalojamentos forçados, falta de acesso à habitação e segregação social ainda fazem manchetes. Uma viagem à memória do bairro histórico varrido do mapa sob o Ãmpeto renovador do regime e ao burburinho de estudantes, tricanas, merceeiros e alfaiates que se esconde por baixo das faculdades. Um documentário sobre pessoas, mas também sobre poder, resistência, identidade e o preço do progresso.
Este documentário começou a ser pensado e produzido na primavera de 2023, na sequência de uma reportagem premiada e dada a urgência de captar em vÃdeo os poucos salatinas ainda vivos. Foram sendo recolhidos testemunhos, depoimentos de especialistas, material inédito e banda sonora original.
Há muita Coimbra por contar. Com a polÃtica de reabilitação urbana no centro histórico na ordem do dia, no ano em que se celebra meio século de Liberdade, rebobinamos e revemos a destruição de parte da Alta de Coimbra à s mãos do Estado Novo. Resgatamos uma das memórias mais brutais da cidade e seguimos o rasto dos Salatinas, a comunidade que habitava nessa zona da cidade, e da importante – mas desconhecida – história da demolição do núcleo histórico para dar espaço à visão renovadora de Salazar: a Cidade Universitária.
Camada sobre camada, Coimbra continua a morrer e a renascer consecutivamente. Mas e as suas gentes? E as suas rotinas? As suas tradições?
Estima-se que, a partir dos anos 40 do Séc. XX, cerca de três mil Salatinas tenham sido deslocados da Alta de Coimbra para zonas distantes da cidade, entretanto rodeadas e absorvidos pelo espaço urbano. Cerca de duzentos edifÃcios de vinte quarteirões foram arrasados e os desalojados distribuÃdos por novas moradas construÃdas para os acolher na então periferia da cidade: os bairros de Celas, Fonte do Castanheiro, Arregaça, Marechal Carmona (hoje Norton de Matos), Santa Clara e outros.
Data
10, Janeiro 2026
Horário
21H30
Duração
1h30
Faixa etária
M6
Preço
entrada gratuita
Bilheteira /Â atendimento presencial
segunda a sexta-feira 17h00 — 20h00
em dias de eventos 1 hora antes / até meia hora depois
encerrada aos sábados, domingos e feriados
Local auditório TAGV
Origem Portugal, 2025
Um documentário de Filipa Queiroz, Rafael Vieira, Tiago Cerveira com banda sonora original de Gonçalo Parreirão
Exibição do documentário integrado na Caminhada Salatina (11 nov 2025) e na Caminhada Salatina (7 janeiro) com Filipa Queiroz, Rafael Vieira, Tiago CerveiraÂ
Conversa pós-exibição do documentário