Em Silence, Silence, Silence, Please, as atuações centram-se na imersão do público nos estados psicológicos e físicos das pessoas que vivenciam os acontecimentos da invasão russa da Ucrânia — desde as condições de exposição à artilharia constante e aos bombardeamentos aéreos, passando pelos horrores e pela descrença, culminando na resistência nacional generalizada. Trata-se de uma tentativa de estabelecer um caminho para a dedução de processos de raciocínio e mobilização dos corpos dentro do modo de funcionamento de sobrevivência.

Pavlo Yurov, (Antratsyt, 1980) encenador e dramaturgo ucraniano. Licenciou-se na Universidade Nacional Karpenko-Karyi Kyiv de Teatro, Cinema e Televisão, especializando-se em encenação dramatúrgica. A sua primeira criação foi produzida no teatro Suzirya (Constellation) em Kiev, em 2010, pela qual recebeu o prémio Kyiv Pectoral. Mais tarde, dirigiu um projeto de leituras performativas de teatro contemporâneo europeu chamado Dramportal. Desde 2013, participa em diferentes festivais e programas de residência. Nos últimos anos, tem-se concentrado no teatro documental, realizando produções independentes como Antratsyt: Perseverance day (2021), Silence, Silence, Silence, Please! (2020), Temporary Inconveniences (2019), E.M.D.R. (2019) e Lagoon. It’s not easy to explain (2018). Recebeu recentemente o seu mestrado em escrita de argumentos. Os seus principais temas de interesse têm sido a identidade e o trauma.

Anatoliy Tatarenko (1989) formou-se em direção de fotografia, na Faculdade de Cinema e Artes Televisivas – Escola Estatal de Cultura de Kharkiv, em 2012. Em 2016, fundou a organização de fotografia Periscope, que publica livros e organiza exposições. Trabalha com fotografia, teatro e videografia.

Durante o ano de 2023, o Teatro Nacional D. Maria II põe os pés em todo o território português, disseminando a sua atividade artística, envolvendo as populações, os agentes culturais e as administrações autárquicas de mais de 90 concelhos do país. Tal como a epopeia homérica, o projeto Odisseia Nacional é também um retorno ao espaço onde sempre residiu a missão pública do D. Maria II: a amplitude do território nacional. A programação desta odisseia procura democratizar exponencialmente a oferta teatral, fomentando a criação artística local, com projetos intergeracionais e inclusivos, que refletem a diversidade do país, a partir de escalas regionais. Propõe-se, ainda, a relacionar o pensamento contemporâneo com as identidades locais, aproximando as comunidades de novas linguagens artísticas.