Rossellini foi o pai e o expoente do neo-realismo italiano, era um homem e um criador inquieto, que não se acomodava, e mudou radicalmente o curso do cinema em termos de produção, de narrativa, de direcção de actores.
Karen é uma refugiada. De modo a poder ficar em Itália, ela casa-se com um marinheiro da ilha de Stromboli, na Sicília. Rapidamente, o fato de ambos terem mentalidades diferentes cria conflitos entre o casal. Odiada pelos habitantes da ilha e praticamente ignorada pelo marido, Karen procura forças para sobreviver nesse contexto. Este é o filme que marca a primeira colaboração entre Rossellini e Ingrid Bergman.
O primeiro filme de Rossellini com Ingrid Bergman (que “partiu de “Under Capricorn” para “Stromboli”) marcou uma viragem importante no percurso do realizador e no da atriz. À época, Eric Rohmer comentou assim o filme: “Stromboli, grande filme cristão, é a história de uma pecadora tocada pela graça”. Por muitas razões, uma das mais extraordinárias experiências em toda a história do cinema. “Este filme, duma beleza alucinante, é um filme sobre o cosmos. […] Stromboli é o poema da criação” (JBC). A apresentar na versão inglesa, em cópia digital. — Cinemateca Portuguesa
Rossellini “inventou” o cinema moderno. Alain Bergala escreveu em 1984 (e ainda hoje é assim): um espectador que hoje em dia “entrasse em Stromboli, Viagem em Itália, Europa 51 ou ainda O Medo [de súbito], ver-se-ia envolvido numa obra abrasadora, directa como uma bala, devastadora, em resumo uma obra viva e moderna”. Já em 1955, o realizador Jacques Rivette, escrevia na sua célebre “Carta sobre Rossellini” (Cahiers du Cinéma): “Se considero Rossellini como o cineasta mais moderno, não é sem razão […]. Parece-me impossível não ver Viagem em Itália sem experimentar a evidência de que este filme abre uma nova brecha, e que todo o cinema deve passar por lá sob pena de morte. […] Aquando do aparecimento de Viagem em Itália, todos os filmes envelheceram, de repente, 10 anos.”
Rossellini foi também o “pai” e o “expoente” do neo-realismo italiano, era um homem e um criador inquieto, que não se acomodava, e mudou radicalmente o curso do cinema em termos de produção, de narrativa, de direcção de actores.
Depois de uma bem-sucedida “operação Rossellini” que em 2015 trouxe muitos milhares de espectadores para (re)ver o seu cinema em cópias digitais restauradas, os filmes estão aí de novo: 10 obras-primas realizadas em década e meia, a dos seus anos mais celebrados.
Como diz a frase que serve de subtítulo a este ciclo e que ouvimos no filme de Bernardo Bertolucci Prima dellarivoluzione: “Lembra-te, Fabrizio, não se pode viver sem Rossellini”. — Medeia Filmes
Data
18, Setembro 2023
Horário
18H00
Duração
1h46
Faixa etária
M12
Preço
€5
€3,5
descontos TAGV
< 25 anos, estudante, comunidade uc, rede alumni uc, > 65 anos, grupo ≥ 10, desempregado, profissional da cultura, parceria TAGV
Os bilhetes com desconto são pessoais e intransmissíveis e obrigam à identificação na entrada quando solicitada. Os descontos não são acumuláveis
Local auditório TAGV
ciclo Roberto Rossellini
Realização Roberto Rossellini
Com Ingrid Bergman, Mario Vitale, Renzo Cesana
Origem Itália, 1950
Sindicato Nacional Italiano de Jornalistas de Cinema, 1951 Melhor Atriz Estrangeira para Ingrid Bergman
Festival de Veneza, 1950 Nomeação para o Leão de Ouro
Cópia digital restaurada
Em exclusivo