O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) é, há mais de seis décadas, a montra artística e cultural por excelência de Coimbra. Mais do que um espaço dedicado à comunidade académica, o Teatro tornou-se um ponto focal para a cidade em toda a sua diversidade. As suas luzes iluminam projectos com grande valor cultural, como o Tipos de Coimbra, uma iniciativa que se dedica à preservação e recuperação de letreiros publicitários históricos em risco de desaparecimento. Este projecto faz o resgate de testemunhos gráficos da cidade, elementos publicitários que outrora iluminaram a cidade na sua posição utilitária e comercial nas fachadas, e que são agora artefactos da sua identidade visual. Tal como o TAGV, que acompanhou e cresceu com várias gerações, estes letreiros, que eram as luzes da cidade, são elementos com carga afetiva de Coimbra. 

Tipos de Coimbra [ TdC ] é um projeto que pretende resgatar os letreiros e reclames publicitários ainda existentes na face da cidade de Coimbra, que estejam em risco de perda ou destruição, subtraindo-os das fachadas e preservando-os, em acervo dinâmico. Vive na intersecção de memória, história, arte e tecnologia, enquanto testemunho temporal de um genius loci e atemporal para a ressignificação de um sentido de pertença. Enquanto projeto permanentemente em construção, com um espólio que cresce a cada resgate, o objetivo é também restaurar e expor os elementos reclamados das ruas. O acervo conta actualmente com mais de 40 peças, espólio que apresenta elementos em vidro com néon, caixas de luz em acrílico, chapas metálicas e outros artefactos, que testemunham diversas épocas da imagem gráfica da cidade de Coimbra, enquanto pretendem fixar o elemento gráfico, tecnológico e tipográfico que já preencheu a paisagem urbana.  

Rafael Vieira (Coimbra, 1979) é arquitecto e jornalista-colaborador, mestre em Reabilitação Urbana e pós-graduando em Jornalismo de Investigação Colaborativo na FLUC. Resgata memórias gráficas da cidade pelo projeto Tipos de Coimbra (com Liliana Marante), mantém o acervo Coimbrastreetart e é ativista nos coletivos Eu Também Coimbra e Coimbr’a Pedal. Vencedor de vários prémios jornalísticos e literários, está a co-realizar um documentário e lançou recentemente o livro Salatinas pela Fundação FMS. 

Liliana Marante (Águeda, 1985) é a outra mediadora do projeto Tipos de Coimbra. Psicóloga e terapeuta corporal, mestre em psicologia clínica e da saúde pela FPUL e pós-graduada em dança e movimento em psicoterapia na FPCEUC. Interessa-se pela exploração do movimento no espaço enquanto ocupação e identidade. O estudo da conceptualização/ estrutura de espaços liminais, e a relação espacial que se forma entre as coisas, narrativa e experiencialmente, tem sido objeto de trabalho, incluindo as interações interespécies e com objetos vivos pela memória.

17 março — 18h30 Inauguração da exposição + Conversa
Tipos à Conversa
Troca de ideias sobre a imagem gráfica de Coimbra, sua preservação e testemunhos afetivos da face urbana 

Participantes Rafael Vieira (co-autor e mediador do projeto), Joana Corker (Designer, ilustradora e música nos Birds Are Indie. Licenciada em Design de Comunicação na ARCA-EUAC. Designer e ilustradora freelancer que realiza atualmente projetos para organizações culturais, clientes privados e institucionais, explorando pontos de contacto com diversas áreas artísticas. Realizou em 2018 a exposição individual de ilustração “Baixagrafia”, baseada no material gráfico das lojas da Baixa de Coimbra.), Tiago Santos (Designer multimeios, doutorando em Materialidades da Literatura, Mestre em Design e Multimédia, pós-graduado e licenciado em Tecnologias de Informação Visual pela Universidade de Coimbra e colabora com os Caminhos do Cinema Português desde 2007), Sílvio Correia Santos (Diretor do TAGV)