em jeito de conferência-monólogo que se possa de vez em quando confundir com uma festa (e que perigos corre uma festa?), através da qual a atriz partilha referências que alimentem ideias, frames de vida, pensamentos inacabados, dúvidas e propostas
A memória ocupa o lugar central deste projeto. Não. Não é sobre memória, mas sobre o medo de esquecer, escreve Sara Carinhas. Livros e fotografias estão presentes em cena como símbolos de inscrição, de registo, de recordação. Aliando a sua voz à de outras autoras, a atriz e encenadora procura confundir na sua autobiografia, ficções e relatos que não lhe pertencem. Virginia Woolf, eterna autora-fantasma revisitada por Sara, volta a aparecer, desta feita através dos seus textos de não-ficção e da cronologia que se cruza entre as duas – por lá estão também imagens, árvores genealógicas, cartas recebidas, medo do fim do mundo e a literatura necessária para manter o sonho. Um espetáculo em jeito de conferência-monólogo que se possa de vez em quando confundir com uma festa (e que perigos corre uma festa?), através da qual a atriz partilha referências que alimentem ideias, frames de vida, pensamentos inacabados, dúvidas e propostas, oscilando entre o guião fixo que redigiu e a improvisação, ou esquecimento, do momento.
Sara Carinhas estreou-se como atriz em 2003. Trabalhou em teatro com Adriano Luz, Ana Tamen, Beatriz Batarda, Cristina Carvalhal, Fernanda Lapa, Isabel Medina, João Mota, Luís Castro, Marco Martins, Nuno Cardoso, Nuno M. Cardoso, Nuno Carinhas, Olga Roriz, Ricardo Aibéo e Ricardo Pais. Em 2015 é premiada pela Sociedade Portuguesa de Autores de melhor atriz de teatro, recebe a Menção Honrosa da Associação Portuguesa de Críticos de teatro e o
Globo de Ouro de melhor atriz pela sua interpretação em A farsa de Luís Castro (2015). Em cinema trabalhou com os realizadores Alberto Seixas Santos, Manoel de Oliveira, Pedro Filipe Marques, Rui Simões, Tiago Guedes e Frederico Serra, Valeria Sarmiento, Manuel Mozos, Patrícia Sequeira, João Mário Grilo, Margarida Cardoso, entre outros. Foi responsável pela dramaturgia, direção de casting e direção de atores do filme Snu de Patrícia Sequeira. Foi distinguida com o prémio Jovem Talento L’Oreal Paris, do Estoril Film Festival, pela sua interpretação no filme Coisa Ruim (2008). Em televisão participou em séries como Madre Paula, 3 Mulheres e Doce, e Sara tendo sido diretora de atores, junto com Cristina Carvalhal, de Terapia, realizada por Patrícia Sequeira. Como encenadora destaca As Ondas (2013) a partir da obra homónima de Virginia Woolf, autora a que regressa em Orlando (2015), uma co-criação com Victor Hugo Pontes e Limbo (2019) com sua encenação, que terá integrado o VAULT Festival em Londres. Tem sido responsável por vários Ciclos de Leituras Encenadas, em colaboração com o São Luiz Teatro Municipal. Foi responsável pela escrita de crónicas mensais no Gargantas Soltas da Gerador e editou poemas inéditos na Eufeme Magazine de Poesia – Janeiro/Março 2023. Dáaulas de escrita e improvisação na Formação Olga Roriz,
na Academia Gerador e na ACT.
Data
21, Março 2024
Horário
21H30
Duração
1h30
Faixa etária
M12
Preço
€5
Espetáculo com LGP — Língua Gestual Portuguesa
Local auditório TAGV (lotação limitada)
Criação, dramaturgia e interpretação Sara Carinhas
Filmagens, registo e apoio à dramaturgia Joana Botelho
Consultoria artística Nádia Yracema e Sara Barros Leitão
Assistência de encenação Joana Picolo
Desenho de som Madalena Palmeirim
Desenho de luz Catarina Côdea
Direção de produção Rita Faustino
Produção executiva Mariana Dixe, Beatriz Cuba
Coprodução Causas Comuns e São Luiz Teatro Municipal
Residências artísticas Officina Mundi – Joana Villaverde (Avis), Município De Avis, O Espaço Do Tempo (Montemor-O-Novo), Festival End (Coimbra)
Apoio Mostra Camaleoa (Florianópolis, Brasil), Companhia Olga Roriz (Lisboa)
Agradecimento Mariana Sá Nogueira, Ana Paganini, Olga Roriz, Madalena Alfaia, Margarida Côdea, Nome Próprio, Vinho Que Se Foda
Causas Comuns é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e é membro Da Performart – Associação Para As Artes Performativas em Portugal
Festival END — Encontros de Novas Dramaturgias