O Home     Vês o ar
A Mulher    Se vejo o ar
O Homem     Sim não vês como o ar é espesso agora o ar está densíssimo não vês
— Jon Fosse, Vento Forte 

Um homem que esteve na estrada por um longo período, olha pela janela do apartamento que partilha com a sua mulher. Mas é ainda a mesma janela, apartamento, mundo? Quanto tempo esteve ele ausente? Terá ele um lugar, tempo e presença aqui? Ou pertence ao passado e é um mero espectador do seu desaparecimento… Em Vento Forte, Fosse conta a história não só da tentativa de regresso à vida, mas também ao mundo do teatro, cujos parâmetros se alteraram e cujas antigas certezas se perderam.

Os Artistas Unidos destacaram-se por encenações de grande dimensão e peças de forte conteúdo político e social. Entre 2000 e 2002, com residência n’A Capital / Teatro Paulo Claro, investiram fortemente na dramaturgia contemporânea internacional e portuguesa, estreando autores como Sarah Kane, Jon Fosse, David Harrower, Xavier Durringer, José Maria Vieira Mendes e outros. Também revisitaram clássicos como Kafka, Beckett e Pinter. Após o encerramento d’A Capital, passaram pelo Teatro Taborda (2002-2005), onde continuaram a apresentar novos autores e obras marcantes. Em 2006 mudaram-se para o Antigo Convento das Mónicas, continuando a estrear textos contemporâneos e a diversificar os seus espaços de apresentação. Além do teatro, os Artistas Unidos produziram filmes e organizaram diversas exposições de artistas plásticos como Sofia Areal, Álvaro Lapa, Michael Biberstein, Ana Vieira e Nikias Skapinakis, reforçando a ligação entre as artes visuais e o teatro.