A vida é uma luta constante para Pansy. Atormentada por dores físicas e emocionais, a sua relação com o mundo manifesta-se através da raiva e do confronto: discute com a família, com o médico, com a rapariga da caixa do supermercado. A única pessoa que a compreende é Chantelle, a sua irmã mais nova, mãe solteira e com uma vida mais descontraída, acolhida pelo calor das filhas e das clientes do seu salão. Este filme generoso, vindo de um mestre do drama, leva-nos às profundezas dos laços familiares, do dever, e de um dos maiores mistérios da condição humana: o facto de, mesmo após vidas marcadas pela dor e pela adversidade, continuarmos a encontrar formas de amar aqueles a quem chamamos família.

— Medeia Filmes

Mike Leigh, nascido em 1957, no Reino Unido, é um dos mais consagrados cineastas britânicos da atualidade. Estudou na Royal Academy of Dramatic Art, nas escolas de arte de Camberwell e Central e na London Film School, tendo iniciado o seu percurso como encenador e dramaturgo com as peças Smelling A Rat (1989), It’s A Great Big Shame, Greek Tragedy, Goose-Pimples (1982), Ecstasy (1989) e Abigail’s Party (1979), esta última reavivada no seu 25º aniversário e nomeada para o Prémio Laurence Olivier, em 2002. As suas mais recentes peças são Two Thousand Years (2006) e Grief (2011). No cinema, começou por fazer filmes para a televisão, dedicando-se mais tarde à produção de longas-metragens. É conhecido por começar os seus filmes sem guião, desenvolvendo-os a partir de conversas com os atores, improvisando e criando, assim, personagens. A sua obra foca-se em pessoas comuns, nas suas dificuldades e determinação. Premiado por emblemáticos festivais do circuito internacional, Leigh venceu o Leopardo de Ouro do Festival de Locarno com o seu primeiro filme, Bleak Moments, de 1971, seguindo-se a conquista da Palma de Ouro do Festival de Cannes, em 1996, com Segredos e Mentiras, e do Leão de Ouro do Festival de Veneza, em 2004, atribuído a Vera Drake.