
Violência e Paixão é uma meditação elegíaca sobre política, cultura e sexualidade, marcada pela melancolia dos tempos em mutação
Um reformado professor de história de arte vive sozinho num luxuoso palacete em Roma, isolado do mundo, acompanhado apenas pelas obras de arte. A sua solene solidão é perturbada quando a vulgar marquesa Bianca Brumonti, esposa de um industrial de direita, o convence, por via da deceção e da força, a arrendar um dos apartamentos do palacete. Forçado a interagir com o turbulento grupo composto pela marquesa, o seu amante Conrad, a sua filha Lietta e o namorado desta, o Professor vê-se cada vez mais fascinado pelos seus novos hóspedes. Um dos filmes mais pessoais de Visconti (e o seu penúltimo).
Luchino Visconti teve desde cedo contacto com as artes. Iniciou-se no cinema como assistente de Jean Renoir, em França, antes de realizar Obsessão(1943), obra pioneira do neo-realismo italiano. Antifascista ativo, Visconti marcou o cinema com filmes como A Terra Treme (1948) e Belíssima (1951). A partir dos anos 60, dedicou-se a um cinema mais estilizado e operático, com obras como O Leopardo (1963), Os Malditos (1969) e Morte em Veneza (1971). Com um estilo visual requintado e temáticas como decadência, poder e identidade, Visconti é um dos grandes mestres do cinema mundial.
O cinema italiano marcou e influenciou a história do cinema, no seu período áureo, que começou no pós-guerra e se prolongou ao longo de algumas décadas, dos anos quarenta aos setenta. Viajamos pelos “anos de ouro do cinema italiano”, com a exibição de filmes, em cópias restauradas, alguns inéditos em sala, realizados por cineastas que marcaram profundamente o nosso imaginário de espectadores, que criaram dezenas de obras-primas premiadas nos grandes festivais de cinema, que ganharam Óscares e que eram amadas pelo público. Como refere o crítico e curador Roberto Turigliatto, “existia nessa altura uma riqueza tal no cinema italiano que é muito difícil de reencontrar posteriormente. Era um dos grandes cinemas no mundo, quer em número de autores grandes e importantes, quer em capacidade de fazer um grande cinema popular de grande nível estético.” Viva il cinema italiano!
Data
30, Setembro 2025
Horário
21H30
Duração
2h02
Faixa etária
M12
Preço
€6
€4
< de 25 anos, estudante, comunidade uc, rede alumni uc, > 65 anos, grupo ≥ 10, desempregado, profissional do espetáculo, parcerias TAGV
Os bilhetes com desconto são pessoais e intransmissíveis e obrigam à identificação na entrada quando solicitada. Os descontos não são acumuláveis
Bilheteira / atendimento presencial
segunda a sexta-feira 17h00 — 20h00
em dias de eventos 1 hora antes / até meia hora depois
encerrada aos sábados, domingos e feriados
Local TAGV
Título original Gruppo di famiglia in un Interno
Origem Itália, França, 1974, Cópia Restaurada
Com Silvana Mangano, Burt Lancaster, Helmut Berger
Prémios David di Donatello 1975 Melhor Filme, Melhor Ator Estrangeiro (Burt Lancaster)
Prémios do Sindicato Nacional de Críticos de Cinema Italianos 1975 Melhor Realização, Melhor Fotografia, Melhor Produtor, Melhor Atriz Estreante (Claudia Marsani), Melhor Design de Produção
Ciclo Os Anos de Ouro do Cinema Italiano
16 setembro 18h30 Onde Está a Liberdade? / Roberto Rossellini 16 setembro 21h30 A Doce Vida / Federico Fellini 23 setembro 18h30 As Noites da Cabíria / Federico Fellini 23 setembro 21h30 Umberto D. / Vittorio De Sica 30 setembro 18h30 Uma Vida Difícil / Dino Risi 30 setembro 21h30 Violência e Paixão / Luchino Visconti