23

Jul,2021

Sex


20H00

DURAÇÃO


1h50

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Linhas Cruzadas — O Espaço Público em Debate

Éric Rohmer ou o Génio do Moderno Cinema Francês

debate filosófico entre catolicismo e marxismo entre dois homens que deixam passar a alegria de viver representada pela jovem Maud. Diálogos perfeitos e um grande sentido narrativo fazem deste filme o mais representativo (e geracional) dos Seis Contos Morais

Realizado a preto e branco, o que era muito minoritário em 1969, “Ma Nuit Chez Maud”/ “A Minha Noite em Casa de Maud” é o terceiro dos contos morais e também o mais abstrato e austero. Rohmer representa o dualismo entre a retidão moral e a imprevisibilidade do humano, num confronto ético, mas também cinematográfico. O filme é ambientado em Clermont-Ferrand, terra natal do filósofo e matemático setecentista Blaise Pascal, cuja famosa teoria da “aposta” (simplificando muito: é melhor “apostar” que Deus existe) é discutida no filme por pessoas que refletem se estas teorias podem e devem ser aplicadas às suas próprias vidas. No centro do debate está o engenheiro de 34 anos Jean-Louis – o nome da personagem confunde-se com o do ator, Jean-Louis Trintignant, também porque esta será porventura a sua interpretação mais paradigmática. No sentido da loucura ou da santidade, o protagonista procura aplicar o catolicismo, qual receita de vida, às “apostas” românticas e sexuais. Foi o primeiro êxito comercial de Rohmer, que chegava então à casa dos 50 anos.

2020 foi o ano do aniversário de Éric Rohmer e a Leopardo Filmes anunciou que adquirira 20 filmes restaurados do realizador francês, para estrear em sala. Não foi possível levar a cabo esta operação, necessariamente extensa, devido ao fecho temporário das salas nos dois confinamentos. O ciclo propõe “Os Contos Morais” (longas-metragens) com a exibição dos filmes “A Colecionadora” (1967), A Minha Noite em Casa de Maud” (1969), “O Joelho de Claire” (1970) e “O Amor às 3 da Tarde” (1972), a partir de 19 de julho, no Teatro Académico de Gil Vicente.

2020 foi o ano do aniversário de Éric Rohmer e a Leopardo Filmes anunciou que adquirira 20 filmes restaurados do realizador francês, para estrear em sala. Não foi possível levar a cabo esta operação, necessariamente extensa, devido ao fecho temporário das salas nos dois confinamentos. O ciclo propõe “Os Contos Morais (longas-metragens) com a exibição dos filmes “A Colecionadora” (1967), A Minha Noite em Casa de Maud” (1969), “O Joelho de Claire” (1970) e “O Amor às 3 da Tarde” (1972).

Embora tenha começado a filmar ligeiramente mais tarde, Éric Rohmer (1920, França), era uma espécie de “irmão mais velho” entre os realizadores da nouvelle vague. Atraído pela literatura, foi primeiro professor e escritor, nos anos 50 passou a frequentar o meio cinéfilo, tal como o seu amigo Douchet, entre os cineclubes e as revistas de cinema, onde se reuniria o núcleo que mais tarde criou os Cahiers du Cinéma, que Rohmer chegou a dirigir. É quando deixa a direção dos Cahiers, a partir de 1963, que vai começar uma carreira ininterrupta dedicada ao cinema, com a série “Contos Morais”, rodados entre 1963 e 1972, a partir de um livro que escrevera mas na altura ainda não publicara (em Portugal está editado pela Cotovia), onde se incluem alguns dos seus filmes mais célebres, como “A Minha Noite em Casa de Maud” (1969), o filme que chamou verdadeiramente a atenção do público para o seu cinema, e “O Joelho de Claire” (1970).
A sua obra varia entre o clássico e o moderno, a literatura e o cinema, e explora as contradições entre a moral e o desejo (não, não é nem a vida de Rohmer, nem aquilo que ele pensa. Se há cineasta que sempre cultivou a dissociação entre autor e obra, foi Éric Rohmer, que afirmava: “As coisas que as personagens dos meus filmes dizem são elas que as dizem, não sou eu.”.
Era um cineasta da precisão, mas sempre aberto aos pormenores inesperados, que incorporava nas suas obras (no filme de André Labarthe, “Eric Rohmer – Preuves à l’appui”, Rohmer fala da enorme importância do acaso). E nunca deixou de experimentar, “oferecendo um verdadeiro espaço de luz a atores e atrizes que muitas vezes revelou: Françoise Fabian, Fabrice Luchini, Pascale Ogier, Marie Rivière, Arielle Dombasle…”, como escreveu Gabriella Trujillo no catálogo da retrospetiva integral que a Cinemateca Francesa lhe dedicou em 2019.
Na altura do seu desaparecimento, no Público, Luís Miguel Oliveira chamava-lhe “Cineasta da palavra, esteta dos sentimentos”, “um cineasta excepcional”, [cuja] obra é “um tratado [sobre a natureza humana]. Indispensável e inimitável”.
Medeia Filmes

Data

23, Julho 2021

Horário

20H00

Duração

1h50

Faixa etária

M12

Preço

€5

€3,5 < 25, estudante, > 65, comunidade UC, rede alumni UC, grupo ≥ 10, desempregado, profissional do espetáculo, parcerias

Bilheteira TAGV 1 hora antes dos espetáculos e 30 minutos antes das sessões de cinema. Encerra 30 minutos após o seu início

Local auditório TAGV

De Éric Rohmer

Com Jean-Louis Trintignant, Françoise Fabian, Marie-Christine Barrault

Origem França, 1969

Óscares 1970 Nomeação Melhor Filme Estrangeiro, Nomeação Argumento Original

Festival de Cannes 1969 Nomeado para Palma de Ouro

Cópia digital restaurada

Ciclo Éric Rohmer ou o Génio do Moderno Cinema Francês