Bate Fado revela-se como o primeiro passo para o resgate da dança que o Fado perdeu
Um espetáculo híbrido entre a dança e o concerto de música projetado para 9 performers: 4 bailarinos, 4 músicos e um fadista (bailarino). À semelhança da maioria das correntes musicais urbanas, como o Samba ou o Flamenco, também o Fado teve danças próprias. Em Lisboa, a dança que teve maior expressão foi o Fado Batido, uma dança baseada num sapateado energético e virtuoso. Em “Bate Fado”, Jonas&Lander propõem-se a reinterpretar a recuperar do ato de se bater (sapatear) o Fado, onde a dança emana a qualidade de instrumento de percussão em diálogo com a voz e as guitarras. “Bate Fado” revela-se como o primeiro passo para o resgate da dança que o Fado perdeu.
Jonas Lopes (1986, PT) e Lander Patrick (1981, BR) têm contribuído para o imaginário um do outro desde o início de seu relacionamento íntimo por volta de 2011. Permanecendo juntos e constantemente divorciando-se do passado, e experienciando paradigmas contrastantes: viver numa autocaravana na companhia da sua gata ou habitar uma mansão do sec. XVIII em Sintra com uma porquinha anã organizando noites de fado semanalmente. Este padrão de rutura, contraste e divórcio ecoa de igual forma nas suas criações e fontes para coreografar o pensamento. “Cascas d’OvO” (2013) revela de alguma forma a sua inscrição como profissionais da área artística: trabalhador, ingénuo, precário. Uma peça construída nos jardins públicos de Lisboa e Guimarães com cães e pardais como audiência à força, levou-os a reconhecer o poder de comunicação dos seus corpos. Jonas&Lander vêm realizando obras em espaços não convencionais. Vemos “Jacarandá” (2014) apresentado no Festival TODOS dentro de uma loja de costura onde Jonas realizou um monólogo construído através das respostas de seus amigos, artistas e moradores de rua às questões “Nasci para …? Eu vou morrer para…?”. Também vemos em “Orelhão” (2015) realizado nas casas-de-banho do Panorama Festival (BR) e nos sanitários na temporada 100% Marlene Monteiro Freitas (FR) em que Lander propôs a ideia de um confessionário.
Data
09, Outubro 2021
Horário
21H30
Duração
1h50
Faixa etária
M6
Preço
€7
€5 < 25, estudante, > 65, comunidade UC, rede alumni UC, grupo ≥ 10, desempregado, profissional do espetáculo, parcerias
Bilheteira TAGV 1 hora antes dos espetáculos e 30 minutos antes das sessões de cinema. Encerra 30 minutos após o seu início
Local auditório TAGV
direção artística e coreografia Jonas&Lander
investigação Jonas, Lander Patrick
interpretação Catarina Campos, Jonas, Lander Patrick, Lewis Seivwright, Melissa Sousa
baixo Yami Aloelela
viola Tiago Valentim
guitarra portuguesa Acácio Barbosa, António Duarte Martins
voz Jonas
composição musical Jonas&Lander
direção técnica e desenho de luz Rui Daniel
operação de som João Pedreira
cenografia Rita Torrão
figurinos Fábio Rocha de Carvalho, Jonas
calçado Gradaschi
direção de produção e gestão Patrícia Soares
produção executiva Inês Le Gué
assistente de cenografia e figurinos Helena Baronet
agradecimentos Filipe Metelo, Vítor Estudante
casa de produção Associação Cultural Sinistra
coprodução Centro Cultural de Belém, Cine-Teatro Avenida, Teatro Académico de Gil Vicente, Teatro Municipal do Porto, Theater Freiburg
residência de coprodução O Espaço do Tempo
apoio à criação Centro Cultural Olga Cadaval, Estúdios Victor Córdon / OPART, Mala Voadora, Pro.dança
apoio à investigação Casa-Museu Leal da Câmara, Laboratório LIPA/Universidade de Coimbra, Museu Bordalo Pinheiro, discografia Valentim de Carvalho
projeto apoiado Ministério da Cultura/República Portuguesa – DGArtes Direção Geral das Artes
espetáculo Festival Abril Dança em Coimbra Universidade de Coimbra/Teatro Académico de Gil Vicente, Câmara Municipal de Coimbra/Convento São Francisco
fotografias José Caldeira/Festival DDD e Paulo Pimenta/Festival DDD
espetáculo acompanhado de instalação Gabinete de Curiosidades