como então retomar o fluxo normal quando as barreiras são imensas? Como manter a centelha da criação acesa quando não há, aparentemente, nada por onde arder?
O segundo semestre do Mestrado em Teatro na Universidade de Évora previa um trabalho intensivo de criação artística em contexto de Laboratório que duraria um mês. Nesse mês, estaríamos imersos em aulas de interpretação e encenação teatral, em trabalho de voz e no estabelecer de relações cénicas com linguagens oriundas do meio audiovisual. Porém, a chegada da pandemia que parou o mundo impediu também todos os planos que existiam e obrigou a uma reformulação de tudo, inclusive da nossa própria vida. Houve, de facto, uma espécie de regresso à caverna e uma obrigatória e necessária reflexão sobre o que poderia ser o nosso mundo de investigação e criação em tempos em que estávamos aprisionados de costas para o fogo (o mundo como o conhecíamos) e poucas ou nenhumas sombras eram vislumbradas. Claro está que o ser humano nasceu para reagir às contrariedades e o mundo encontra sempre formas de fazer com que a vida retome o seu curso depois de um imenso colapso.
Como então retomar o fluxo normal quando as barreiras são imensas? Como manter a centelha da criação acesa quando não há, aparentemente, nada por onde arder? As perspetivas eram um pouco desencorajadoras, mas a solução foi abrir ainda mais os horizontes e encontrar caminhos por entre as sombras que nos rodeavam em busca de uma luz que esteve, afinal, sempre à nossa frente.
Depois da edição cancelada em 2020, retomamos a MTU21 Mostra de Teatro Universitário dando continuidade a uma coprodução entre o Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) e os grupos de teatro universitário de Coimbra, CITAC, GEFAC, TEUC e Thíasos. A edição #10 conta com a participação especial da Universidade de Évora e da Universidade Nova de Lisboa. A Mostra de Teatro Universitário pretende contribuir para a criação de um espaço comum de reflexão e de apresentação de projetos com origem na Universidade de Coimbra. Esta iniciativa conta com a colaboração decisiva dos grupos que vêm contribuindo para a vida teatral na academia e representa o primeiro passo na (re)construção de um evento de referência no âmbito do teatro universitário em Portugal. + info
Data
21, Maio 2021
Horário
14H00, 16H00
Duração
cada vídeo 35 min.
Faixa etária
—
Preço
Informações producao@tagv.uc.pt
Local Sala do Carvão – Casa das Caldeiras
Apresentação de 3 trabalhos (suporte vídeo) em contexto de aula aberta Disciplina Dramaturgia e Escrita Teatral do Mestrado de Estudos Artísticos da FLUC
Por Daniel Rocha, Mestrando em Teatro na Universidade de Évora
Sôroco, sua mãe, sua filha Texto Guimarães Rosa Criação artística Gheysla Nascimento Música Caio Priori Orientação artística Ana Tamen, Jorge Sá e Marcos Santos Edição de vídeo Gheysla Nascimento
Das visage e das latumia Texto Elomar Criação artística Anna França Orientação artística Ana Tamen, Jorge Sá e Marcos Santos Edição de vídeo Rogério Almeida
A última gravação de Krapp Texto Samuel Beckett Tradução Francisco Luís Parreira Criação artística Daniel Rocha Orientação artística Ana Tamen, Jorge Sá e Marcos Santos Filmagem Luís Costa
Coprodução MTU TAGV, CITAC, GEFAC, TEUC, Thíasos