Longa-metragem de animação da Disney e da Pixar regressa à mente da Riley, acabada de chegar à adolescência, justamente quando o quartel-general passa por uma demolição súbita para criar espaço para algo inteiramente inesperado: emoções novas! A alegria, a tristeza, a raiva, o medo e a repulsa, que, ao que tudo indica, gerem há muito uma operação de sucesso, não sabem como reagir quando a ansiedade chega. E parece que não vem sozinha. Trouxe consigo a vergonha, a inveja e a ennui.

É uma daquelas ideias visuais de que só a Pixar é capaz: a entrada na puberdade é anunciada por um “botão de pânico” e um alarme sonoro que ressoa pelo centro de controlo que é o cérebro de Riley, a menina que tínhamos conhecido em Divertida-Mente. A miúda acaba de chegar à adolescência, vai passar um fim-de-semana com as melhores amigas a um estágio de hóquei em patins onde vai estar a jogadora que ela idolatra, mas as emoções que gerem o seu quotidiano — Alegria, Medo, Raiva, Repulsa e Tristeza — ficam completamente à toa com o crescimento de Riley. Eis que surgem os empreiteiros para alargar a consola de controlo para anunciar a chegada de novas emoções: Ansiedade, Ennui, Inveja e Vergonha. E, como convém nestas ocasiões de grandes mudanças, a Ansiedade toma o controlo, ao ponto de desestabilizar o quotidiano de Riley. — Jorge Mourinha, Público